[the_ad id="288653"]

Elizabeth no Céu

por José Luiz Cazarotto (*)

Não é de hoje que se fala e se comenta a longevidade da simpática rainha da Inglaterra.

Não faz muito tempo, o chamado “príncipe con-sorte’ Philip adentrou o céu sem muito estardalhaço, como era de seu feitio. Foi logo para o “fundão” do salão dos reis e rainhas para ter um pouco de clima de “retired”. Pensava consigo mesmo que levaria ainda um tempão para a Betinha chegar. Levava no bolso, uma carteira de motorista da rainha, falsificada, claro; como se diz “just in case”. Fora-lhe aconselhado entregar o documento, o quanto antes a um tal de Cristóvão, mas no fundo não sabia se era o Colombo ou um outro. Ficou na dele: “Já que ela vai demorar mesmo, vou primeiro me informar sobre quem deve receber este “documento’”. Papo vai e papo vem, descobriu que a correlação entre tempo e eternidade não é algo fácil de se entender. Tanto a eternidade pode ser um “zaz-traz” como alongar-se indefinidamente. Mais ou menos como qualquer quantidade dividida por zero; seria lógico ser infinito. Imagine-se uma maçã dividida por pedaços do tamanho de zero. Estava ele ainda nesses pensamentos, quando um burburinho foi aos poucos se formando na entrada do enorme salão dos reis e rainhas.

Um sujeito meio truculento não queria deixar a Betinha entrar sem avisar o porteiro. Este estava pescando num remanso celestial qualquer, mas deixara muito bem avisado que se a Elizabeth II chegar, me chamem nem que seja por sinal de nuvens de fumaça ou de “smog”. Enquanto uns subalternos se esforçavam para “segurar” a rainha na portaria: veja essa flor, e aquele colibri e mais esse enfeite. “A senhora pode sentar-se aqui, não é um trono, mas é confortável”. Ela até ficou entretida por um momento. Já outros saíram voando em busca do pescador. Claro que o “zum-zum” chegou aos ouvidos do “con-sorte” que acorreu aflito ao encontro dela. Colocou a mão no bolso do sobretudo e respirou aliviado: “Ufa, a carteira ainda está aqui”.

Chegando à portaria do salão, já encontrou ali uma pequena multidão e a rainha sentada num sofá bastante “regal”. Inclinou-se profundamente como se fosse um súdito oriental e ao mesmo tempo estendeu a mão dizendo: “Na pressa da partida, Vossa Alteza, deixastes inadvertidamente cair este papel”, disse Philip timidamente.

Nesse momento, chega o “Porteiro Pedro” com um livro de contas. Gaguejou um pouco e foi checando as “contas” da “Queen”. Tudo lhe parecia em ordem; poucos prazeres e muitos dissabores, mas como se tratava da chefe de uma Igreja, nada poderia passar. E Pedro foi direto ao assunto: “Vossa Majestade trouxe a carteira de motorista?”. E ela prontamente disse: “Hereyou are”. E todos se afundaram pelo salão na maior alegria.

Atrás de uma grossa cortina, um tal de Cristóvão coçava o cavanhaque pensando se legalmente procedia alguma intervenção. Como se diz na imprensa: até o fechamento desta edição, nada foi questionado.

Patrono: Mario de Andrade – Cadeira 13

Qualificação: Doutor em Psicologia e Membro Ativo da Royal AnthropologicalInstitute (Londres) e do AnthroposInternational (Bonn – Baden-Baden)

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de
seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM