[the_ad id="288653"]

‘Ela foi abandonada pelo coiote e presa pela polícia mexicana’

Valadarense foi presa assim que pisou em solo norteamericano

Valadarense que ficou presa nos Estados Unidos conta dificuldades que ela e a filha passaram para chegar e viver no país norte-americano

Pamella Tomich, repórter dp DRD

“Além do preconceito, o imigrante ilegal sofre em todos os aspectos e para não ter problema tem que procurar ser invisível”, afirma uma valadarense de 46 anos que morou dois anos nos Estados Unidos. Ela foi em busca de uma qualidade de vida melhor, e justamente por este motivo decidiu retornar ao Brasil. A entrevistada prefere deixar o nome em sigilo.

Além da dificuldade para conseguir entrar nos Estados Unidos, ela relata que não é tão simples trabalhar fora. “Para quem é imigrante ilegal, é tudo mais difícil. Sinto que tenho mais segurança em relação ao trabalho no Brasil, devido ao excesso de pessoas que chegaram nos Estados Unidos nos últimos anos. Além da crise financeira que os EUA estão passando, está tudo muito caro, desde a alimentação ao aluguel, então acredito que muitos vão retornar ao país de origem”, explicou.

Ela chegou aos Estados Unidos pela fronteira do México, em 2020. “Fui pelo México e a maior dificuldade foi pular o muro. É muito alto. [Subimos] por cordas. Um passo errado poderia causar uma queda fatal”, afirmou.

No grupo que estava com ela ao atravessar a fronteira tinha mais de 30 pessoas, fora as crianças. “Quando pisei no solo americano fui pega pela polícia de imigração. Fiquei presa por 60 dias, 11 deles sem banho e sem comida. Serviam apenas burritos. Depois me levaram para um centro de detenção para imigrantes. Lá recebia alimento, e depois de alguns dias podia comprar alimento, mas tudo era deles, não tinha acesso a nada externo”, conta.

A valadarense morou nos estados da Pensilvânia e Nova Jersey. Depois de cinco meses que estava nos Estados Unidos a filha também foi. “A situação dela foi muito complicada no México. Ela foi abandonada pelo coiote e presa pela polícia mexicana. Eu tive que enviar propina para a polícia do México para liberar ela. Chegando em Tijuana, tive que pagar mais dinheiro para a travessia dela”, detalhou.

Uma das maiores dificuldades fora do Brasil foi a distância dos familiares. “Ficar longe da família é muito difícil. Com o tempo, com a vida corrida que tinha, a gente vai se distanciando das pessoas, dos familiares. A gente passa a se comunicar menos, ou quando dá”.

No início deste ano, nossa entrevistada regressou à sua cidade de origem. Agora ela se diz mais feliz, por poder viver com qualidade de vida.

(*) Essa matéria foi escrita para a coluna Relatos de Emigrantes, publicada semanalmente na versão impressa do DIÁRIO DO RIO DOCE. O objetivo é mostrar algumas dificuldades enfrentadas por aqueles que tentam de forma ilegal atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos e outras complicações vividas no país norte-americano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Reflexões Natalinas para a vida em condomínios

🔊 Clique e ouça a notícia Com a chegada do Natal, somos convidados a refletir sobre o que realmente importa: as conexões que construímos e o ambiente que cultivamos juntos.

Diálogo e Acordo: O Futuro da Justiça Brasileira

🔊 Clique e ouça a notícia A mediação e a conciliação são práticas antigas que surgiram em civilizações como a grega e a romana. Porém, foi apenas no século XX

O futebol e suas loucuras

🔊 Clique e ouça a notícia Está encerrada a temporada futebolística brasileira do ano em curso, consagrando especialmente o Botafogo de Futebol e Regatas pelos títulos conquistados de forma merecida,