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Egressos da 1ª turma da Fadivale comemoram 50 anos do curso

Os advogados Francisco Acorroni, Elza Metzker e João Augusto Miranda fazem parte da 1ª turma da Fadivale. FOTO: Igor França/DRD

O evento será na próxima sexta (20)

GOVERNADOR VALADARES – Após 50 anos, egressos da primeira turma da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (Fadivale), pioneira no Leste de Minas na área, vão se reunir para celebrar o Jubileu. O evento será na próxima sexta-feira (20).

O DIÁRIO DO RIO DOCE teve o privilégio de conhecer três casos de sucesso dessa primeira turma: os doutores João Augusto Miranda, Francisco Acorroni e Elza Metzker. A entrevista aconteceu na sala do doutor Altino Machado D’Oliveira Júnior, diretor-financeiro da Fadivale, e filho de um dos fundadores da faculdade.

Os egressos contaram como a faculdade mudou a vida deles e possibilitou grandes oportunidades na vida de cada um. Confira na íntegra.

FRED SEIXAS – Quantos alunos se formaram nessa primeira turma?

DRª ELZA METZKER – Foram quase 100. Formados mesmo foram 99 alunos, nessa primeira turma de 1973. Alguns, infelizmente, morreram.

FRED SEIXAS – Onde as pessoas estudavam antes da Fadivale?

DR. JOÃO AUGUSTO MIRANDA – Elas iam para Colatina, Vitória, Belo Horizonte e Viçosa. Eu, por exemplo, sou de Lajinha, mas sou egresso da Universidade de Viçosa. Cheguei a me formar em Agronomia. Mas devido a uma enfermidade que tive não pude continuar exercendo a profissão. Renunciei a um cargo público que tinha e vim para Valadares morar na fazenda do meu pai. Então quando surgiu o curso de Direito, decidi estudar, e tenho muito orgulho de ter me formado e exercido o Direito como advogado por 50 anos. Ainda estou na ativa. Além disso, pela experiência que tive como agrônomo, pude lecionar Direito Agrário e Minerário.

FRED SEIXAS – E o senhor, Dr. Francisco, sempre quis ser advogado?

DR. FRANCISCO ACORRONI – Ser advogado era um sonho que eu tinha. Eu fui comerciante, vendedor de móveis, mas desde o primário meu sonho era ser advogado quando me tornasse adulto. Eu disse para a professora que queria ser ‘doutor das leis’. Me aposentei há dois anos. Fui advogado e assessor jurídico da Polícia Militar por 37 anos, em Valadares e Belo Horizonte.

DR. JOÃO AUGUSTO MIRANDA- Se o senhor me permite um detalhe: dizem que ele até conseguiu a patente de coronel [risos].

DR. FRANCISCO ACORRONI – É brincadeira dele. Ele me chama de coronel e eu o chamo de general. Mas o assessor jurídico não pode ser militar.

FRED SEIXAS – E a senhora Drª Elza, como foi sua trajetória?

DRª ELZA METZKER – Minha vida é diferente. Eu fui fazer Engenharia, em Belo Horizonte, mas tive dificuldades com Física e Química. Quando abriu a Faculdade de Direito eu voltei. Eu e meu marido fizemos o vestibular juntos e nos formamos juntos na primeira turma. Quando nos formamos, ele continuou no emprego dele, visto que era concursado do Estado na área de Auditor Fiscal. Como tínhamos filhos, decidi continuar trabalhando na área da Educação. Atuei como professora do Sesi Minas. Mas por termos formado em Direito, meus dois filhos também se formaram e são advogados. O primeiro, aliás, começou a estudar junto comigo, na minha barriga. Eu estava grávida dele e vinha às aulas. Nunca exerci o Direito como advogada, mas o curso da Fadivale abriu inúmeras portas na minha vida. Infelizmente, perdi meu marido há um ano. Ele também estaria comemorando agora 50 anos de formado da Fadivale.

FRED SEIXAS – Na opinião de vocês, como a Fadivale contribuiu para o desenvolvimento da região?

DR. JOÃO AUGUSTO MIRANDA – Foi um divisor de águas na região. A Fadivale abriu as portas para novos estudantes, mas também passou a ser procurada por funcionários de bancos, do Fórum, não só de Valadares, mas até mesmo de cidades da Bahia e Espírito Santo. Assim a faculdade gerou uma evolução cultural de profissionais de vários setores. Na minha opinião, a Fadivale foi um marco histórico na vida de muitos.

FRED SEIXAS – Vocês acham que ainda há vagas para novos advogados no mercado de trabalho?

DR. JOÃO AUGUSTO MIRANDA – Com certeza. A concorrência é grande, mas bons profissionais sempre se destacam. E o Direito se renova constantemente. Eu tenho ex-alunos que hoje são promotores, juízes, delegados. Então há espaço para os novos do Direito.

DR. FRANCISCO ACORRONI – O Direito está sempre inovando. Várias legislações mudam constantemente. Além disso, estão abrindo novas áreas para o Direito discutir e participar.

FRED SEIXAS – Vocês se consideram felizes profissionalmente?

DR. JOÃO AUGUSTO MIRANDA – Eu tive muita sorte. Eu tive um ensino fundamental muito bom, com minha mãe e o padre Machado, em Belo Horizonte. Além disso, minha filha também se formou em Direito, foi professora da Fadivale, e hoje representa nosso escritório. Então como advogado, dominantemente, tivemos muitas vitórias. Além disso, foi durante o curso de Direito que conheci minha esposa e hoje temos 50 anos de casados também.

DR. FRANCISCO ACORRONI – As alegrias são maiores que as frustrações. É gratificante, às vezes, encontrar pessoas na rua, que me agradecem por ter contribuído na vida deles através da Justiça. Às vezes nem lembrava e a pessoa não esquecia. Tive muitas alegrias no exercício da profissão, apesar de nenhuma jornada ser só de flores.

DRª ELZA METZKER – Só de sermos da primeira turma é um marco. Apesar de não ter sido advogada, a Fadivale contribuiu muito para ampliar meus conhecimentos e nível cultural. Tudo isso impactou na minha vida como professora, onde fui muito feliz. Especialmente porque meus filhos também se formaram.

Comments 1

  1. Paulo Vieira Pinto says:

    Eu também sou um dos pioneiros. Na época eu era líder estudantil e fiz parte da luta pela fundação da escola. Terminei o curso em Colatina pois mudei para Vitoria, onde estou até hoje como empresário Contabil e Jurídico.

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