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É preciso inovar na manutenção

Em um nível de competição absurda, beirando mesmo o inaceitável, as contendas futebolísticas envolvendo grandes clubes brasileiros ou mesmo aqueles tidos e havidos como tais, vem mostrando para o expectador mais atento uma situação que se afigura como desafio monstruoso, que requer reflexão e busca de alternativas.

Afora exageros de suspensões pelo recebimento de advertências rotuladas de cartões amarelos, de cartões vermelhos, também, é assustador o número de atletas alcançados por contusões de todos os tipos, muitas delas provocando longo período de inatividade e abrigamento nos respectivos departamentos médicos.

0 Brasil é um país continental e os deslocamentos, de estado para estados ou mesmo para outros países, impostos à maioria dos clubes com participações em mais de uma competição, transformam espaços de aeronaves em dormitórios improvisados e salas de esperas em aeroportos, em lugares de “cochilos”.

0 futebol profissional deixou de ser uma prática esportiva alegre, descontraída e divertida, dando lugar a um negócio chamado empreendimento altamente lucrativo e que impõe aos principais atores envolvidos procedimentos e condutas reprováveis, no mínimo temerárias e arriscadas.

0 que cansa não é o jogar na quarta e no domingo. 0 que o boleiro mais gosta é de jogar futebol. 0 que ele faz em seu período anual de férias? Joga peladas com os amigos, participa de jogos festivos, etc. Momentos de descontração…

Tensões. Cobranças por resultado. Sujeição a uma mídia quase sempre tendenciosa, desprovida de conhecimentos, oportunista e interesseira. Exposição da imagem e quase sempre distante do ambiente familiar. Não é um paraíso. Pelo contrário, se não for um inferno, dele se aproxima.

0 ser humano, o atleta em especial, não é uma máquina, porém dele se fazem cobranças como se máquina fosse na tentativa de se atingir índices, obter resultados, satisfazer desejos, vaidades e objetivos comerciais. Dura realidade.

Nos antigamente, tempos do Bolivar, do Zelito, do Wilson B…, do Cotinha e de tantos outros, tempos de que participamos, com nossas chuteiras de couro duro, desconfortáveis, com traves retangulares, travávamos a ‘maricota’, levantávamos a cabeça, pensávamos, meditávamos e fazíamos longos lançamentos.

Nos dias atuais, nem pensar. É um sufoco danado. Uma celeridade incomum, uma correria desenfreada, com desgastes físico e mental de arrepiar mesmo. As exigências são as mais absurdas e as consequências são imprevisíveis. A máquina tende a não resistir, apresentando problemas os mais diversos. Cabe algum tipo de manutenção?

Quando um veículo, uma máquina ou algo similar apresentam algum tipo de problemas, normalmente passam por reparações, revisões, manutenções, admitindo-se ainda algum tipo de recauchutagem.

E o atleta de futebol? Máquina ou ser humano? 0 que fazer? Como fazer? Pensar e repensar condutas e procedimentos? Com os dirigentes e donos do futebol dos dias atuais, pode-se esperar algo digno, humano e decente?

Em que pese toda a parafernália montada pelos grandes clubes, com departamentos médicos sofisticados e avançados, com todo tipo de assistências e acompanhamentos individualizados e que envolvem número elevado de profissionais liberais, não há atleta normal que aguente tanta demanda – leia-se cumprir um calendário desumano.

Consequências: elevadíssimo número de atletas do andar de cima afastados das competições por períodos consideráveis, alguns se submetendo a procedimentos cirúrgicos e não mais atuando na presente temporada. Cabível algum tipo de manutenção? Com a palavra os estudiosos.


(*) Ex-atleta

FOTOS: Divulgação

N.B. – Repetindo para os integrantes do mundo esportivo valadarense, que vem aí o dia 31 DE AGOSTO e com ele a realização do Dia V – DIA DO VOLUNTARIADO, com interessante evento a ser realizado nas dependências do Coopevale Futebol Clube, a partir de 16 horas. Uma iniciativa do Projeto Pingo D’Água. Seja solidário. Venha participar. Proporcione e participe de pequenas ações solidárias.

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