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Dia Mundial de Combate à Aids é alerta sobre o tema

FOTO: Freepik

Casos no Estado diminuíram de 2021 para 2022, enquanto quase dobrou em Valadares

GOVERNADOR VALADARES – O Dia Mundial de Combate à Aids, comemorado nesta sexta-feira (1º), é uma data importante para lembrar que a doença ainda é uma realidade e que é preciso continuar combatendo-a. A data, comemorada desde 1988, foi o primeiro dia internacional para a saúde global.

O Brasil fez progressos significativos no combate ao HIV/Aids, mas ainda precisa avançar para alcançar as metas globais de 95%, que são: 95% das pessoas que vivem com HIV/Aids devem conhecer seu status sorológico. 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV/Aids devem estar em tratamento antirretroviral. 95% das pessoas em tratamento antirretroviral devem ter carga viral suprimida.

UNAIDS

De acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), 91% das 990 mil pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil conhecem seu diagnóstico. Isso significa que 9% das pessoas com HIV não sabem que estão infectadas, o que dificulta o acesso ao tratamento e aumenta o risco de transmissão.

Além disso, 81% das pessoas que sabem que têm HIV estão em tratamento. Isso significa que 19% das pessoas com HIV não estão recebendo os cuidados médicos necessários para viver uma vida longa e saudável. Finalmente, 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida. Isso significa que o vírus está controlado e não pode ser transmitido.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, no ano de 2022, o número de casos de AIDS notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foi de 910, número menor que em 2021, quando foram notificados 2.229 casos no Estado.

Já Governador Valadares, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 84 novos casos com diagnóstico de infecção pelo vírus HIV em 2022; contra 43 registrados em 2021, sendo a maioria deles em homens. No município o crescimento tem sido entre jovens na faixa etária de 15 a 28 anos.

Qual a diferença entre Aids e HIV?

Para falar sobre o tema, o DIÁRIO DO RIO DOCE conversou com a médica infectologista Natália Coelho Corrêa, que, além de residente do Hospital Eduardo de Menezes FHEMIG, é professora do curso de Medicina da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV).

Conforme a infectologista, a AIDS é uma doença causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico do corpo. O sistema imunológico é responsável por proteger o corpo contra infecções, o que significa que o corpo fica mais vulnerável a infecções. “A AIDS, também chamada em português de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, gera uma deficiência das células da imunidade, e, ao longo do tempo, com a perda dos linfócitos das células de defesa, pode surgir a AIDS, onde vão aparecer infecções que normalmente não aconteceriam em pessoas com o sistema imune normal”, explica Natália.

Aids é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV

Em entrevista, a infectologista explicou que ter HIV é diferente de ter AIDS, uma vez que o HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico e a AIDS é o estágio mais avançado da infecção pelo vírus. “Com o tempo, o HIV pode destruir as células do sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a infecções oportunistas. Contudo uma pessoa pode estar infectada com o HIV sem apresentar sintomas por muitos anos. No entanto, com o tempo, a infecção pode evoluir para a AIDS, estágio mais avançado da infecção, quando o sistema imunológico está gravemente comprometido e a pessoa apresenta infecções oportunistas”.

Segundo Natália, o HIV tem diversas formas de transmissão, mas a principal é através da relação sexual, porém, existem outras formas de transmissão. “O sexo desprotegido é a forma mais comum, mas existem outros jeitos de transmissão, como de mãe para filho, seja na gravidez, durante o trabalho de parto ou pela amamentação, pelo compartilhamento de objetos que possam conter sangue, que é uma forma de transmissão mais comum nos Estados Unidos e na Europa, onde o uso de drogas injetáveis é mais frequente do que aqui no Brasil”, diz a médica.

FOTO: Arquivo pessoal

Sintomas

Segundo Natália, a partir do momento que a pessoa contrai o vírus, para desenvolver a AIDS pode demorar de 8 a 10 anos. Mas, normalmente, os primeiros sintomas são:

  • Sensação de fraqueza;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Diarreia crônica;
  • Febre;
  • Suores noturnos
  • Sinais como doenças sem uma causa aparente.

“Algumas lesões na boca e os demais sinais e sintomas ocorrerão de acordo com alguma infecção oportunista que pode chegar até esse paciente evoluir para o óbito. Então se a pessoa não tratar do HIV, com o tempo o número de células de defesa ficarão cada vez menores e a pessoa vai contrair alguma infecção que chamamos de oportunista, podendo ter sequelas ou até levar à morte”, alerta Natália.

Existe cura para AIDS?

De acordo com a infectologista, não existe uma cura para a AIDS. O tratamento disponível é a terapia antirretroviral, que consiste em um conjunto de medicamentos que ajudam a suprimir a replicação do vírus e a manter a carga viral indetectável.

Por isso, o melhor é manter um comportamento preventivo. “Hoje a gente usa o termo ‘prevenção combinada’, que é o uso de várias estratégias a fim de diminuir a transmissão do HIV. A primeira é o uso do preservativo, mas não somente ele. Testar as populações mais vulneráveis. É testar as gestantes, tratá-las nos momentos oportunos. A profilaxia Pós-Exposição de risco do HIV e profilaxia Pré-Exposição de risco, chamado de PrEP”, explica Natália.

Serviço gratuito pelo SUS

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para pessoas com AIDS. O tratamento é composto por terapia antirretroviral (TARV), também conhecida como coquetel. A TARV é um conjunto de medicamentos que ajudam a suprimir a replicação do vírus HIV e a manter a carga viral indetectável.

“Hoje temos um esquema contendo apenas dois comprimidos, com poucos efeitos colaterais e com uma potência muito boa. O que significa que esse medicamento rapidamente consegue inibir a replicação do vírus, consequentemente, o paciente não vai evoluir com essa perda das células de defesa e não vai evoluir para AIDS”, afirma a médica.

Segundo Natália, infelizmente, ainda existe muito preconceito em relação à AIDS. Muitas pessoas acreditam que a doença é incurável e que as pessoas com AIDS são mortais. Esse preconceito leva ao estigma e à discriminação.

“Por isso é tão importante informar as pessoas sobre o vírus, a doença, a forma de transmissão… Para quebrar essa visão antiga e preconceituosa que pode dificultar o acesso das pessoas com AIDS aos cuidados de saúde e à sociedade em geral”.

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