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Deu na rádio!

FOTO: Senivpetro/Freepik
por Coronel Celton Godinho (*)

Sem qualquer sombra de dúvidas, o rádio é uma das maiores invenções do ser humano. Ele revolucionou as comunicações, permitindo um enorme avanço tecnológico em vários setores da vida humana.

Até a invenção do rádio, as comunicações entre as pessoas eram bem rústicas e muito dependentes da improvisação, como, por exemplo, o uso de pombos-correios e falcões para a entrega de mensagens na Idade Média, e até na Primeira Guerra Mundial, já no século XX.

A invenção do rádio se atribui a Guglielmo Marconi que, no final do século XIX, conseguiu avançar na tecnologia radiofônica. Na realidade, ele nunca se atribuiu como o inventor, pois esse instrumento reúne uma série de descobertas anteriores: a telegrafia, o telefone sem fio e as ondas de transmissão.

A transmissão de voz, como ocorre hoje, só foi possível em 1921, e só foi introduzida às ondas curtas em 1922. A primeira transmissão no Brasil aconteceu em 1923 por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize.

A invenção do rádio foi objeto de várias disputas judiciais, em que o norte-americano Nicola Tesla reivindicava a patente de invenção.

Durante o século XX, o rádio desenvolveu-se tecnologicamente e tornou-se um instrumento fundamental da comunicação humana, aumentando freneticamente a velocidade das informações.

No Brasil, as rádios foram muito utilizadas, até nas primeiras novelas radiofônicas e transmissões de jogos de futebol, que faziam a alegria das famílias brasileiras, num mundo ainda sem a televisão.

A música também se popularizou através das rádios, com seus grandes cantores e cantoras a embalar os dias e as noites das donas de casa, motoristas de táxi, enfim, a todos! Músicas, obituários e notícias ao alcance de todas as pessoas.

Ele chegou a todos, e até ao campo, no início da labuta diária, no trato com o gado, na roça. Enfim, o rádio se tornou o instrumento mais popular, e de pequeno custo com o passar dos anos.

Minha querida mãe, e penso que a maioria das donas de casa, ouvia as rádios durante o dia, e até a noite. Sabia das notícias e até cantar as músicas que tocavam na “parada de sucessos”. Isto numa época em que não havia as rádios FM, frequência modulada, mas apenas a AM, ondas médias e ondas curtas. Meu saudoso pai adorava ouvir os jogos de futebol pelo rádio e as notícias antes do almoço, quando retornava do primeiro expediente do seu trabalho.

Certa vez, quando crianças, eu e meu irmão fomos de bicicleta para o centro da cidade onde morávamos, para comprar uns materiais de escola em uma papelaria que dava mais descontos nos produtos. Quando saímos da loja, vimos um acidente feio entre um ônibus e dois veículos pequenos, com duas vítimas, mas apenas com ferimentos. Mas a cena foi feia, e claro que chegamos perto pra ver. Meninos são curiosos, não é mesmo!?

Importante mencionar que fomos ao centro sem autorização de nossos pais, e não poderíamos comentar nada a respeito do acidente em casa.

Chegamos a tempo para o almoço na mesa com nossa família.

Em certo momento, antes de servir, minha mãe comenta conosco, já na mesa, sobre o acidente que havíamos presenciado mais cedo. Ouvimos dela um relato perfeito do fato, e, logo após, meu irmão “língua solta”, dá o resto da notícia com mais detalhes ainda. Êta, língua! Meu pai logo perguntou como ele sabia. Entre gaguejos e ameaças para que ele falasse a verdade, acabou nos entregando (kkkk).

Perguntei à minha mãe como ficou sabendo sobre o acidente, e ela somente respondeu da maneira mais simples do mundo: UAI, DEU NA RÁDIO!

Na “fritada dos ovos”, meu pai elogiou a nossa iniciativa em ir comprar os materiais escolares, mas nos deixou de castigo por termos ido ao Centro sem autorização dele ou de minha mãe. Fiquei pensando, na época, sobre a rapidez da rádio para dar a notícia, e depois descobri que eles tinham plantões de repórteres em toda a cidade, principalmente, próximos aos locais onde tínhamos ido.

O rádio, mesmo com toda a tecnologia da informação, continua sendo importante, e, ainda hoje, escutamos a expressão dita há anos por minha mãe:
DEU NA RÁDIO!

(*) Advogado militante –
Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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