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Coragem para fazer diferente

Luiz Alves Lopes (*)

No mundo futebolístico brasileiro viveu e não mais está entre nós um personagem chamado TELÊ SANTANA da Silva. Mineiro de Itabirito, de uma família de 10 irmãos, o filho do senhor ZICO e de dona CORINA foi atleta exemplar, extremamente disciplinado tecnicamente (sob a batuta de Zezé Moreira), a seguir consagrando-se mundialmente como técnico de futebol.

O “fiapo de ouro”, como ficou conhecido no Fluminense Futebol Clube, em seus tempos de atleta, como treinador encantou o mundo com suas ideias, métodos e visão sobre o esporte das multidões, entendendo e acreditando ser possível vencer praticando um futebol limpo e vistoso.  Entrou e está na história.

Lá para as bandas do Morumbi, onde por anos e anos dominou e predominou o São Paulo Futebol Clube, Telê Santana é lembrado com carinho, respeito, admiração e agradecimentos. Simplesmente dois títulos mundiais, afora libertas e brasileiros. Inesquecível!

Murici Ramalho

No mesmo São Paulo desfilou, como futebolista, um tal de Murici Ramalho. Esteve sob a batuta de Telê Santana e, ao término de sua carreira como atleta, por lá ficou e passou a trabalhar nas divisões inferiores do tricolor paulista e tempos depois como auxiliar direto de Telê Santana. Também treinou, e bem, algumas outras equipes nacionais.

Murici também fez e entrou para a história, em especial no São Paulo Futebol Clube. Em suas entrevistas e palestras refere-se a Telê Santana como “senhor Telê”, ou “mestre e professor Telê”, normalmente com os olhos cheios de lágrimas. Profundamente agradecido, registra que suas ideias e concepções sobre futebol foram concebidas através do convívio diário com o consagrado treinador.

Se aos 74 anos de idade Telê Santana nos deixou, em decorrência de uma rara doença, também Murici Ramalho em algumas oportunidades enfrentou sérios problemas de saúde, o que o obrigou, momentaneamente, a deixar as atividades de treinador de futebol. Nos dias atuais, pelo seu caráter e competência, trabalha nos bastidores no próprio São Paulo.

Telê Santana da Silva e Murici Ramalho sintetizam o que houve de mais puro, digno, respeitoso e producente trabalho de um treinador de futebol profissional no Brasil, valorizando a profissão, trazendo concepções diferentes para a modalidade esportiva e, mais importante ainda, respeitando a todos indistintamente e fazendo-se respeitar. Coisa difícil de se ver na atualidade.

Vai, dai, sem qualquer pretensão comparativa, aparece a figura de um tal de FERNANDO DINIZ, também futebolista apenas mediano, que contra tudo e contra todos, mas sem medo de ser feliz, INOVA como treinador  à frente das equipes por ele comandadas, impondo um sistema de jogo e concepção sobre futebol que têm elevado o consumo de medicamentos para quem tem problemas cardíacos ou mesmo para os torcedores dos clubes por ele dirigidos.

Fernando Diniz

Fernando Diniz, formado em Psicologia, em suas narrativas de vida, afirma que “perdeu” seu pai quando tinha apenas 8 anos de idade e a paixão pelo futebol e pela bola diminuíram suas dores pela grande perda. Fez da BOLA  sua companheira. Sempre a quis e continua querendo tê-la por mais tempo possível em seu poder.

O Fluminense Futebol Clube festeja o título de campeão carioca sob a batuta de Fernando Diniz, vencendo poderoso rival na final. Como tricolor que somos, podemos afirmar que o FLUMINENSE não é o melhor time carioca. Também não tem o melhor plantel.

O clube tricolor das Laranjeiras teve a ousadia, coragem e disposição para recepcionar as ideias fora dos padrões normais dos técnicos em atividade no futebol brasileiro, colhendo, em curto espaço de tempo, resultados até então tidos como improváveis.

O respeitoso 3º lugar no campeonato brasileiro e, por consequência, classificação direta para a Libertadores, à frente de CR Flamengo, São Paulo, Corinthians  e CA Mineiro, foi sim motivo de comemoração pela família tricolor.

Também o estadual carioca da presente temporada, da forma conquistada e com o futebol apresentado, proporcionou ao sofrido torcedor pó de arroz uma imensurável alegria. Extravasou, sim, sua euforia, indo ao delírio.

Fernando Diniz, com ideias próprias e inovadoras, persistente mesmo diante das adversidades enfrentadas (resultados negativos), caminha para uma carreira vitoriosa na árdua e difícil tarefa de ser treinador de futebol no Brasil. Tem procurado fazer diferente, restabelecendo a alegria na nobre arte. Que continue humilde sem ser submisso.

                                                                                                                                              (*) Ex-atleta

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