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Coração de Mulher: O que muda depois da menopausa?

FOTO: Freepik

Durante boa parte da vida, o coração da mulher conta com um “escudo protetor”: os hormônios femininos, especialmente o estrogênio. Eles ajudam a manter os vasos mais saudáveis, controlam os níveis de colesterol e têm efeito anti-inflamatório. Mas, quando chega a menopausa, esse escudo começa a falhar — e o risco cardiovascular da mulher sobe, silenciosamente, ano após ano.

É por isso que, após a menopausa, o infarto e o AVC, que antes eram bem mais comuns nos homens, passam a preocupar também as mulheres. Estima-se que, cerca de 10 anos depois da menopausa, a incidência de doenças cardiovasculares nas mulheres se iguala — ou até ultrapassa — à dos homens da mesma idade. E, muitas vezes, esse risco é subestimado, tanto pelas pacientes quanto pelos próprios médicos.

Menopausa não é só calorão – Além das ondas de calor, insônia e alterações de humor, a menopausa também traz impactos silenciosos, mas perigosos: aumento do colesterol ruim (LDL), redução do colesterol bom (HDL), maior tendência à resistência à insulina, ganho de peso e aumento da pressão arterial. Tudo isso contribui para um maior risco de aterosclerose — ou seja, o entupimento das artérias.

E a reposição hormonal? É vilã ou aliada? – Durante muitos anos, a terapia de reposição hormonal (TRH) foi cercada de controvérsias. Estudos mais antigos sugeriram que ela poderia aumentar o risco de eventos cardiovasculares, o que gerou medo e muita desinformação. No entanto, hoje sabemos que essas conclusões foram precipitadas. As evidências mais recentes mostram que, quando bem indicada — ou seja, para mulheres com sintomas moderados a intensos da menopausa, iniciada até os 60 anos ou dentro dos 10 primeiros anos após a menopausa —, a reposição hormonal não aumenta o risco cardiovascular. Pelo contrário: pode até ter um efeito protetor em alguns casos.

O segredo está na individualização do tratamento. Nem toda mulher precisa de reposição hormonal. Mas, para quem precisa, com avaliação cardiológica adequada, acompanhamento regular e uso das formas e doses corretas, a reposição pode ser segura e benéfica.

Cuidados que valem para todas – Com ou sem reposição, a chegada da menopausa deve ser um ponto de virada na saúde da mulher. É o momento de prestar mais atenção ao coração. Avaliar pressão, colesterol, glicemia, manter um peso saudável, praticar atividade física e parar de fumar — se ainda houver esse hábito — são atitudes fundamentais.

O coração feminino tem seus próprios tempos e desafios. Entender essas mudanças e agir com informação e prevenção é o melhor caminho para que a menopausa não seja um ponto final, mas apenas uma nova etapa — com saúde, vigor e muito mais vida pela frente.


(*) Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184

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