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Conká ou Moraes: quem será o menos querido do Brasil?

por Ricardo Dias Muniz (*)

“Sympatheia”, palavra grega que deu origem à nossa palavra simpatia, originalmente significava a capacidade de sentir o mesmo que outra pessoa, seja sentimentos positivos ou não. Vistos dois resultados de consulta, seja no programa BBB (Big Brother Brasil), ou, em um abaixo assinado que envolveu, respectivamente, Karol Conká e Alexandre de Moraes, demonstrando a imensa impopularidade de ambos, fica a questão: quem é atualmente o menos querido do Brasil?

Sentir o mesmo, talvez foi exatamente isso que faltou em ambos os casos. Primeiro, eliminada do BBB com o recorde de 99,17% dos votos, Conká tentou emplacar uma personalidade descolada da realidade nacional, atuando de forma extremamente militante, usando pautas de política identitária, que não era simpática ao público que a eliminou. Provavelmente não pela importância das causas, mais sim, pela agressividade arrogante do método que ela usou.

No outro caso, o excelentíssimo senhor ministro já começa a sofrer apatia social pelo pronome de tratamento que o cargo que ele ocupa exige. Excelentíssimo é duro de engolir para a população em geral. Atributos tão implícitos de excelência não são naturais aos humanos. Pelo contrário, nossa tradição prefere enaltecer a pobreza humana e a capacidade de um perdoar o outro, que a excelência presumida. Aliado a isso, o jurista é visto na sociedade, inclusive em publicações como no livro “O inquérito do fim do mundo”, como, diga-se assim: um goleiro que têm a obrigação de defender as traves da constituição, mas que pega a bola e propositalmente faz um gol contra, e ainda manda prender qualquer um que reclama. O resultado disso são 2.000.000 de assinaturas, em menos de 24 horas, também um recorde no segmento, pedindo análise de impedimento dele.

O sentimento dissonante de alguém pelos valores de um povo parece ser uma receita para o desprezo. Desprezo, palavra forte, carregada de emoção negativa. Porém apenas conhecendo o que se despreza entende-se o que se respeita. Os sentidos antagônicos são complementares. Como já está evidente muito claramente, o que a população em geral despreza, então surge a dúvida: o que ela respeita?

(*) Especialista em Gestão Estratégica, Engenheiro de Produção, estuda Direito e Ciências Políticas. Contato: munizricardodias@gmail.com.

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