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Cada um é cada um

por Coronel Celton Godinho (*)

O ser humano é uma criatura extraordinária! A cada dia me convenço mais, considerando apenas um detalhe da criação: sua individualidade. Aliás somos seres diferentes uns dos outros, mesmo com semelhanças marcantes.

Deus nos criou à sua imagem e semelhança, mas não com igualdade. Não somos iguais a Deus e nem entre nós. Aliás as diferenças entre os seres humanos aumentam na medida em que habitamos o planeta. Nos primórdios da humanidade, as diferenças se restringiam a sexo, se homem ou mulher, e entre fortes e fracos. Isto se não levarmos em conta que a sociedade ainda não existia.

Mas quando o ser humano começou a se organizar como comunidade, aí começaram a aparecer as diferenças.

Atualmente temos uma infinidade de diferenças entre as pessoas, uma diversidade incrível e com mutações frenéticas na mesma velocidade das inovações tecnológicas. Pessoas que falam e se comportam de maneiras diferentes, pensam de formas diferentes, não acreditam nas mesmas coisas e nem têm as mesmas opiniões; não compartilham os mesmos sonhos e projetos, daí por diante, num emaranhado de diferenças. Pensamentos contraditórios e, muitas vezes, conflitantes.

Mas o mais incrível é que o diverso compõe a condição humana, e está intrinsecamente atada à ideia de humanidade, que só existe e só é possível na diversidade. O cerne de toda essa situação é a forma com a qual lidamos com essas diferenças, essa diversidade, ou seja, uns com os outros.

Ninguém é igual a ninguém!

Sempre repito e não me canso: ninguém é igual a ninguém! Mas muitos ainda insistem em não entender e preferem o conflito. Os mais antigos dizem que nem os dedos das mãos são iguais. O que diria de nossas impressões digitais?!

Mas como a sociedade lida com essas diferenças? Através de valores éticos e morais, estéticos, noções do certo e do errado, normal e patológico.

As diferenças são importantes, pois é isto é que nos faz ser parte da sociedade. Então aceitando o outro como ele é, com as suas diferenças, é o que nos torna e nos afirma como seres humanos únicos e amplos.

Mas o respeito às diferenças e o “saber lidar” e conviver é o que chamo de beleza da vida!

Então já imaginaram se todos nós fôssemos iguais?

Na nossa infância já havia respeito

Este assunto me leva a minha infância, nas carteiras velhas de madeira de escolas primárias que estudei nos anos 70. Éramos crianças, sem maldade, e ali, com as professoras, já aprendíamos a conviver com os amigos, colegas de classe. Tinha o gordinho, o magrinho, a menina magricela, o mais alto, o baixinho, o mais estudioso, o menos estudioso. Já naquela época todos já tinham apelidos e brincávamos muito com eles. Penso que tudo nos ajudava a convivermos em paz, uns com os outros, cada qual com as suas diferenças.

Ah! O mais importante é que havia respeito!

Hoje em dia, sigo sempre pregando e lembrando às pessoas com as quais convivo, seja na família, no trabalho e na igreja, que somos todos diferentes e devemos aceitar o próximo e respeitar as diferenças. Somos seres com sentimentos, originários de lares e criações diferentes, e até com crenças diferentes!

Dessa forma, a valorização do ser humano e a sua perpetuação passam, necessariamente, pelo respeito às suas diferenças!

Afinal de contas, CADA UM É CADA UM, E PRONTO!

(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de
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