Sou atleticano, já fui muito mais, já fui doente pelo Galo, apaixonado, hoje continuo atleticano como sempre fui, mas sem a paixão fogaréu da mocidade. Já tive bandeira, já participei de desfile de carros, já fui ao Mineirão diversas vezes, já discuti, já gritei, já fiz de tudo pelo Galo, o hino é show, nem precisa dizer que:
“Nós somos do clube atlético mineiro, jogamos com muita raça e amor, vibramos com alegria nas vitórias Clube Atlético Mineiro Galo forte vingador. Vencer, vencer, vencer, este é o nosso ideal, honramos o nome de Minas, no cenário esportivo mundial, lutar, lutar, lutar pelos gramados do mundo pra vencer, Clube Atlético Mineiro uma vez até morrer”
Já me decepcionei também, como por exemplo, a perda recente de dois campeonatos importantíssimos, a Copa do Brasil, logo para quem, para o Flamengo, e a Libertadores para o Botafogo.
Aliás, duas derrotas são inesquecíveis, isso é chororô mesmo. Em 1977 o Atlético foi vice-campeão brasileiro invicto, quando dos 21 jogos disputados, obteve 17 vitórias e quatro empates. Na final, perdeu o título nos pênaltis para o São Paulo, que tristeza.
Outra marcou foi a do Campeonato Brasileiro de 1980, quando o Galo ganhou no Mineirão do Flamengo por 1 X 0, e no jogo de volta perdeu para os cariocas por 3 X 2. O craque Reinaldo chegou a marcar dois gols de empate, mas no final Nunes acabou com a festa. Nunca é demais lembrar que naquela época os dois times tinham jogadores de quilate como o time da Gávea: Raul Plassmann, Leandro, Mozer, Andrade, Júnior, Zico e Nunes. Já o time de Belo Horizonte contava com craques como João Leite, Reinaldo, Luizinho, Toninho Cerezo e Éder Aleixo. A maioria deles estrelas da Seleção.
Falo do Atlético primeiro porque preciso comentar sobre o Cruzeiro Esporte Clube, parte da visão que tenho do futebol brasileiro. Para ficar claro, meu coração continua atleticano mas admiro boas performances ainda que de equipe rival, mesmo que sejam os azuis. Então vamos lá.
Para mim um dos ESCUDOS de clubes de futebol mais originais e bonitos de todo o mundo é sem dúvida o do Cruzeiro, como é chique. O nome da agremiação CRUZEIRO é única e sobressai, é diferente e cola. Mas os dirigentes esportivos do país fazem muito proselitismo, tentam convencer torcedores a acreditar em determinadas decisões. Até porque alguns clubes de futebol daqui são trampolins para os dirigentes ingressarem na política partidária, um truque.
Dando o “SPOILER”, o escudo do Cruzeiro, aquele só com as CINCO ESTRELAS é muito forte, no entanto quando fechado, isso é, com as estrelas dentro de um círculo, muda completamente a natureza da criação. Até então, a camisa do Cruzeiro vinha sendo estampada só com o símbolo estrelar, mas após 14 anos, agora em 2025 resolveram mudar novamente, fecharam o escudo com um círculo, fica comum demais, comercial ao quadrado.
O nome cruzeiro é um achado, remete ao mesmo tempo à natureza, à filosofia, à criação divina, cosmo, fato estrelar, universo. Em inglês cruz é cross e cruzeiro é cruise, será que o ator norte-americano Tom Cruise se inspirou por aqui? Mas nome por nome, antes sabíamos as escalações dos times por longas datas, hoje isso não é mais possível, a mercadoria ficou volátil demais. Finalmente peço compreensão e tolerância aos dirigentes, jornalistas, amigos e torcedores cruzeirenses, essa opinião não é para criar opositores, mas somente uma visão daquilo que considero significativo.
(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: crisffiadv@gmail.com | Whatsapp: (33) 98807-1877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente
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