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Artista de rua vem de bike da Bahia expor artes em Valadares

FOTO: Agnaldo Souza

Criado em Valadares, Rodrigo expõe suas belas telas na Praça dos Pioneiros

Neste mês de julho a Praça dos Pioneiros está sendo palco para o artista de rua Rodrigo Augusto Alves, de 38 anos, que leva materiais reciclados “do lixo ao luxo” com suas pinturas. Seja na boa e velha tela, no gesso, em cerâmicas quebradas ou em pedaços de madeira, usando um pincel ou os próprios dedos, o artista usa a tinta para mostrar e criar beleza.

Rodrigo nasceu em Belo Horizonte, passou parte da infância e juventude no bairro Vila Bretas, em Governador Valadares, e, atualmente, mora na Bahia. Ele conta que todos os anos sai de bicicleta da cidade de Nova Viçosa (BA) para trazer suas pinturas para a princesa do Vale do Rio Doce.

“Todos os anos eu trago minhas artes para expor em Valadares. Saí de bicicleta da Bahia e levo 10 dias para chegar, pedalando cerca de 50 km por dia. É cansativo, mas aproveito para expor também nas cidades em que passo”, explica.

Segundo o artista, todo ano sua exposição de quadros tem um tema diferente. Neste ano, suas obras retratam o respeito à mulher preta, às suas religiões, seus costumes e, principalmente, sobre como a sociedade a trata.

“A ideia é chamar atenção das pessoas para como são vistas e tratadas as mulheres negras no Brasil. A mulher já carrega um fardo de desigualdade em relação ao homem, e quando se fala de mulheres pretas, é um fardo ainda maior. Nos quadros eu retrato sua beleza, suas dores e sua humanidade”.

Filho de um desenhista e de uma costureira, que sempre faz seus próprios croquis, desde pequeno Rodrigo teve contato com a arte. De acordo com o artista, seus pais sempre o deixaram livre para se expressar, seja por meio da música, dos desenhos ou de pinturas.

“Desde pequeno, graças aos meus pais, sempre tive contato com desenhos e criações artísticas. Gostava muito de desenhar em papel, como eles, e depois passei a pintar paredes e camisas. Só com 18 anos comecei a desenvolver a pintura em telas. Hoje tenho a reciclagem como aliada e faço o que os outros chamam de lixo se tornar telas brancas para minhas pinturas”, explica.

Quando questionado sobre o estilo de pintura que mais gosta, Rodrigo contou que é apaixonado por aerografia e as pinturas em realismo e surrealismo são suas preferidas.

“Eu sento na praça e começo a pintar o que vejo e sinto sobre o tema. É uma satisfação poder expressar sentimentos. Como artista gosto muito de retratar sentimentos, mesmo que ruins. O dia a dia em sociedade gera estresse, depressão, e jogo tudo isso nos quadros. Eu faço por encomenda, seja o estilo que for, mas tenho um apreço pelo realismo e surrealismo.”

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