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Antes que as coisas “peguem fogo” – 2

FOTO: José Cruz/Agência Brasil© José Cruz/Agência Brasil

No ano de 2019, escrevi um artigo chamado “Antes que As Coisas ‘Peguem Fogo’”, abordando o tema das eleições municipais que ocorreriam no ano seguinte – 2020. Hoje, faço o mesmo, chamando a atenção, mais uma vez, para as coisas que, infelizmente, sempre ocorrem durante o período das campanhas eleitorais em algumas cidades de nosso país.

Teremos eleições municipais esse ano e, em muitas cidades, o período da campanha eleitoral “pega fogo” – para usar uma expressão bem popular – e, no meio de toda a bagunça gerada durante o período da campanha política, que em algumas cidades começa antes mesmo do início da campanha eleitoral e perdura até depois da mesma chegar ao seu fim, algumas coisas importantes são esquecidas por algumas pessoas que estão envolvidas com o período político, tais como a moral, a ética, e o respeito ao próximo.

À medida que nos aproximamos de mais uma disputa eleitoral municipal, é difícil não pensarmos sobre a ética e o respeito ao próximo que muitas vezes parecem ser deixadas de lado durante o fervor das campanhas políticas. Em meio à agitação desse período, valores fundamentais como moral, ética e respeito para com os outros frequentemente ficam em segundo plano, enquanto a competição política toma conta de todo o cenário.

Falar de moral, ética, e respeito para com o outro no Brasil em ano político dá no mesmo que alguém falar de leis contra o desmatamento e importância da floresta para um incentivador e apoiador do desmatamento ilegal: não funciona. Aquele que pratica o desmatamento ilegal conhece bem as leis que estão contra ele e que lhe dão limites pré-estabelecidos. Da mesma forma, falar de moral, ética, e respeito ao próximo para algumas pessoas em tempos políticos é o mesmo que falar de leis contra o desmatamento para aquele que pratica o desmatamento ilegal, simplesmente não funciona, porque os princípios éticos e morais são muitas vezes ignorados por alguns indivíduos imersos na atmosfera eleitoral. Isso não decorre de uma falta de conhecimento sobre tais valores, mas sim de uma escolha consciente de colocar interesses pessoais e partidários acima do bem comum.

Em épocas e períodos “normais”, temos total noção das leis de convivência e socialização. Somos muitas vezes respeitosos, e posamos com ares éticos e morais para, no mínimo, sustentar o status quo de ser humano racional. Mas, em períodos eleitorais, ou de grande excitação e aglomeração pública, em prol de toda e qualquer tipo de “disputa”, até mesmo esses mínimos valores conservados e adquiridos em nossa convivência em sociedade são horrivelmente transgredidos.

Nesses períodos, valores morais, éticos, religiosos, de amor e de respeito parecem ser total e completamente deixados de lado, e tais valores, intrínsecos na maior parte da sociedade, aprendidos desde crianças, infelizmente, são infringidos conscientemente por uma parte do povo que, por abandonarem tais valores, muitas vezes correm o risco, de até mesmo, se exporem ao ridículo, praticando coisas que, em outras ocasiões, elas mesmas abominariam e sentiriam extrema vergonha, trazendo, muitas vezes, problemas e prejuízos para os outros e para si mesmos.

Mas, devemos nos lembrar que, como seres humanos, carregamos conosco o legado das relações interpessoais e da convivência social. Em períodos considerados “normais”, somos capazes de manter um nível básico de respeito mútuo e comportamento ético. No entanto, quando o calor das disputas políticas entra em cena, esses valores parecem ser relegados ao segundo plano, dando lugar a ataques, difamações e desrespeito mútuo.

Devemos buscar compreender que a política não deve ser um campo de batalha onde a ética e o respeito são sacrificados em prol da vitória a qualquer custo. Pelo contrário, a política deve ser vista como uma arena para o debate de ideias, onde a busca pelo bem-estar coletivo deve prevalecer.

Quando as campanhas eleitorais começarem, devemos nos lembrar de agir com responsabilidade e consciência, nos lembrando sempre que, no final do dia, somos todos parte de uma mesma comunidade, e nosso objetivo comum deve ser o avanço e o progresso de todos, independentemente de nossas diferenças políticas.

Diante disso, antes de as campanhas políticas começarem, antes que as coisas comecem a “pegar fogo”, deixo meu alerta para que venhamos pensar e repensar nossas ações, palavras, e as atitudes que tomamos durante o período político, para que não nos arrependamos depois, ao ver que, por causa de “politicagem” perdemos coisas e pessoas valiosas em nossas vidas.

Ainda espero que possamos ter campanhas e eleições onde todos tenham mais ética e respeito para com aquele que pensa diferente. Que busquemos trabalhar isso desde já, para que, algum dia, possamos alcançar esse patamar.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 13 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta – MG)

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