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Ah, que saudades do circo!

por Coronel Celton Godinho (*)

Uma das melhores lembranças que guardamos na vida é à referente ao circo, nos momentos em que nossos pais nos levavam para assistir aos espetáculos, e também quando levamos nossos filhos e netos.

A arte circense é mais antiga do que pensamos e remonta aos tempos da antiguidade greco-romana, Índia e China. Nasceram depois as famílias de saltimbancos, que viajavam de cidade em cidade.

No Brasil, o circo remonta ao século XIX, quando vieram as primeiras famílias da Europa. O circo é uma manifestação artística e popular, que consiste em um grupo de artistas com uma variedade de habilidades, que se apresentam em shows itinerantes em várias cidades.

 Um marco histórico nas atividades circenses – como conhecemos hoje, com lona, picadeiro e palhaços – surgiu aproximadamente em 1770 com o inglês Philip Astley, que organizou, à época, espetáculos equestres, com normas militares, visto que a cavalaria, naqueles tempos, era um esporte nobre e os direitos da nobreza eram bastante rigorosos.

Tenho as melhores lembranças do circo. Meus pais me levavam a muitos espetáculos. Tempos de grandes companhias circenses, como Orlando Orfei e Garcia, que levaram a alegria para todos os rincões do país.

Havia, também, os pequenos circos, aqueles que, mesmo com poucos recursos, lonas pequenas e velhas, com artistas desconhecidos, faziam a felicidade da criançada e movimentavam as noites das médias e pequenas comunidades.

Respeitável público! Assim começavam os espetáculos que enchiam nossos olhos e faziam a nossa alegria.

 Trapezistas, malabaristas, domadores de animais selvagens! Ah, e os mágicos! Cada truque! E a gente tentava até fazer em casa. Mas os mais esperados eram os palhaços. “Hoje tem marmelada? Tem sim, senhor”! “Hoje tem goiabada? Tem sim, senhor”! “E o palhaço, que é? É ladrão de mulher”! Eta época! De palhaços como Arrelia e Pimentinha! Ah,e como ríamos das palhaçadas, tão engraçadas e inocentes. Não havia apelação. Só alegria!

Depois de muitos anos, pai de três filhos, fiz o mesmo ritual, ou seja, levei-os ao circo. Adoraram!

Estas lembranças ficam encravadas em nossa alma. Momentos de pura alegria e inocência.

Atualmente estamos vendo o fim dos circos como eram. Agora chegou a modernidade, como o Internacional Circo de Soleil, que leva a arte circense para todo o mundo. Mas eu gostava mesmo era daquele pequeno circo de lona velha e furada, com arquibancadas de madeira e que vendia pipocas e algodão-doce.

Gente de circo é sofrida, mas não se cansa e ama levar alegria às pessoas!

Afinal, quem nunca viveu a emoção de ter ido a um circo?

Ah, que saudades do circo!

(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro

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