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A importância de vacinar as bezerras contra a brucelose

FOTO: Freepik

Prezado leitor, a brucelose é uma doença causada pela bactéria Brucella abortus, que afeta principalmente os bovinos e bubalinos, mas também pode acometer suínos, caprinos, ovinos, equinos e cães. A doença traz enormes prejuízos para a saúde dos rebanhos e perdas econômicas para a pecuária. Os prejuízos causados pela brucelose são: aborto, principalmente no terço final da gestação; nascimento de crias fracas; retenção de placenta e outros problemas reprodutivos; nos machos, inflamação dos testículos podendo chegar a causar esterilidade; nas fêmeas não gestantes, não há nenhum sintoma ou sinal clínico que chame a atenção do produtor; em machos e fêmeas causa a artrite.

Transmissão da doença: as fêmeas no momento do parto, aborto ou pós-parto, eliminam uma quantidade enorme da bactéria no ambiente, sendo a principal fonte de infecção no rebanho. Portanto, a transmissão da brucelose normalmente ocorre pelo contato do animal sadio com restos de placenta, feto e secreções vaginais de fêmeas infectadas recém paridas. Outra forma de transmissão é um animal sadio ingerir pastagem ou água contaminadas por esses materiais eliminados por fêmeas infectadas. O ser humano também pode contrair a brucelose, por isso falamos que a doença é uma zoonose. Isso acontece quando há contato direto com animais infectados, com seus fetos, restos placentários e secreções do pós parto. Outra forma de transmissão é pelo consumo de leite cru, seus derivados ou carne de animais doentes.

Os sintomas mais frequentes no ser humano são semelhantes à uma gripe forte: febre alta, suores noturnos, dores de cabeça, cansaço excessivo e dores articulares. Em relação à vacina contra a brucelose é importante salientar que a mesma é uma vacina viva atenuada e que caso ocorra penetração da pele ou contato direto entre a vacina e mucosas do responsável pela vacinação, ele poderá ser infectado. Portanto é importante que médicos veterinários e vacinadores estejam muito atentos para a utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI’s): máscaras, luvas e óculos no momento da vacinação. Em caso de ferimentos causados por agulhas utilizadas durante a aplicação da vacina contra a brucelose, o cidadão deve procurar a Unidade de Saúde do seu município, devendo informar ao médico a vacina relacionada (B19 ou RB51).

O tratamento nestes casos envolve uso prolongado de antibióticos e acompanhamento do paciente. A vacina é a melhor forma de prevenir a doença nos bovinos e bubalinos. Todas as fêmeas deverão ser vacinadas entre três e oito meses de idade, sob responsabilidade de médico veterinário cadastrado no IMA. Pelo menos uma vez a cada semestre, o produtor rural é obrigado a comprovar a vacinação contra brucelose no escritório do IMA mais próximo. Após a vacinação as bezerras deverão ser marcadas com ferro candente ou nitrogênio líquido de acordo com a vacina utilizada: se for a vacina B19, utilização do último algarismo do ano (exemplo, em 2018, marcação 8) e se com a vacina RB51 (permitida somente em fêmeas bovinas), utilizar a marcação com o V. Uma dose da vacina é capaz de proteger de 65 a 75% das fêmeas por toda a vida produtiva do animal. É importante que ao comprar bovídeos seja sempre exigido o exame negativo para brucelose e, no caso de fêmeas, que estas estejam vacinadas contra a doença.


(*) Engenheiro-agrônomo; fiscal estadual agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA); presidente da Associação dos Profissionais de Engenharia e Agronomia de Governador Valadares (ASPEA-GV); professor universitário; especialista em solos e nutrição de plantas e em geografia, meio ambiente e sustentabilidade.

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