O nosso cotidiano é um celeiro de ditados populares que ouvimos durante toda a nossa trajetória nesta vida. Alguns deles são muito antigos e passam de “boca em boca”, ao longo dos tempos, e muita “gente boa”, estudada, nem sabe as suas origens.
Nosso colóquio irá tratar de um ditado bem antigo sobre a curiosidade: a curiosidade matou o gato. Várias pessoas acreditam que o ditado quer dizer que a curiosidade mata, que não se pode ser muito curioso, ou seja, mostra a curiosidade como negativa para a vida humana, mesmo o ditado afirmando que matou o gato.
Afinal de contas, de onde vem esse ditado popular? Existem variadas versões históricas para a origem desse ditado, mas a mais aceita é que, na idade média, muitos gatos eram associados às bruxas. Aí era a verdadeira caça aos gatos. Colocavam armadilhas que aguçavam a curiosidade dos “bichanos”, e no fim os coitadinhos pagavam com a vida. No caso dos gatos, a curiosidade vem do seu instinto explorador para a caça. Ele foca em sua presa, e acaba não prestando atenção nos perigos ao seu redor.
Ao contrário do que o ditado possa dar à curiosidade, um caráter negativo, ela é muito boa para nós, seres humanos, pois nos ajuda a ir mais além, a descobrir um mundo diferente, que muitos ainda não enxergam, a buscar e achar soluções, que, aos olhos dos outros, não existiam. Ela abre um universo de possibilidades. Imaginem se Thomas Edison não fosse curioso? Não teria inventado a lâmpada! Penso que a maioria, senão a sua totalidade dos cientistas, só chegam aos seus objetivos, porque tiveram altas doses de curiosidade.
A curiosidade para mim, que sou muito curioso, é um sentimento gostoso, pois me abre mil e uma possibilidades de aprender algo novo. Quando estou curioso sinto um “comichão” no coração e nos olhos. Ah! É aquela vontade meio doida de conhecer e aprender.
Nunca ouvi falar que alguém morreu porque foi curioso, mas, como o gato, já passei por um ou outro “perrengue” por causa de minha curiosidade.
Certa ocasião, ainda menino, quando em visita ao sítio de um amigo de meu pai, juntamente com toda a minha família, fui “matar” a minha curiosidade, e acabei indo mexer nas caixas de abelhas que existiam lá. Acho que nunca corri tanto, em desabalada carreira na direção de um lago próximo, ouvindo os zumbidos das ferozes abelhas (eu sabia que entrando e mergulhando na água, as abelhas desistiriam de me perseguir). Sofri apenas algumas picadas, sem gravidade.
Então fica um conselho: se querem descobrir o mundo, sejam curiosos, mas cuidado com os perigos periféricos (rsrsrsrs). Ah! E parem de acreditar que a curiosidade matou o gato! Hoje não mata bichano nenhum! Muitos menos seres humanos!
“E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima” Êxodo 3:2-3
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