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A armadilha dos cigarros eletrônicos

Coluna Adolescer Bem

Darlan Corrêa Dias

Caro leitor, o dia a dia com os adolescentes nos faz ficar atentos aos diversos modismos. Eventualmente, um assunto viraliza na Internet, um comportamento se dissemina… Por vezes, é difícil dizer como a moda começou. Hoje quero falar sobre a moda do cigarro eletrônico e do narguilé.

O narguilé é um hábito trazido do oriente, onde homens se juntam para fumar ópio num aparelho coletivo – o narguilé. A moda chegou ao Brasil há alguns anos. Aqui não se utiliza ópio, que não faz parte da nossa cultura, mas utiliza-se nicotina, e alguns grupos usam maconha.

A sensação dos usuários de narguilé é de falsa segurança, porque o indivíduo inala um vapor, muitas vezes disfarçado por uma essência agradável (hortelã, morango, etc.). Na verdade, o narguilé é muito enganoso e perigoso. O usuário desse dispositivo inala muito mais vapor, por não ter o incomodo da fumaça e ter o sabor da essência.

Algumas pesquisas mostram que uma hora de narguilé corresponde a fumar 100 cigarros convencionais. Evidentemente, estamos diante de um mecanismo de formação de usuários de cigarros e dependentes químicos. Nem vou falar da possibilidade de transmissão de doenças infecciosas (como o herpes), pois os usuários não trocam o bocal para usar o dispositivo.

E o cigarro eletrônico?

O E-cigarrete, ou VAPE, surgiu como uma forma de tratamento para a dependência química de cigarros. Mas foi uma experiência fracassada. Novamente, aqui o usuário traga mais, pois não tem o incômodo da fumaça e acaba inalando mais nicotina, resultando em mais usuários de cigarros.

Infelizmente, apesar do fracasso, criou-se um mercado de usuários desse dispositivo, e com a propaganda enganosa de que ele faz menos mal que o cigarro convencional e não vicia.

A indústria tabagista identificou um NICHO LUCRATIVO e vem investindo maciçamente no E-cigarrete, de forma que já estamos na quarta geração desses danosos dispositivos: os JUULs. São cigarros eletrônicos em forma de PENDRIVE, o que atrai mais ainda nossos jovens, fascinados por tecnologia. Acontece que o JUUL tem uma altíssima concentração de nicotina.

Uma verdadeira bomba relógio, que induz facilmente ao vício. É a indústria investindo em futuros consumidores.

O VAPE é muito nocivo e é uma moda a ser combatida por autoridades, pais e médicos.

Dentro do dispositivo, novamente disfarçado com agradáveis essências, além de nicotina, temos: partículas ultrafinas, componentes orgânicos voláteis, metais pesados e acetato de Vitamina E (muito agressiva à mucosa do aparelho respiratório). Ainda temos a nitrosamina, substância cancerígena. Sim! E, alguns usuários acrescentam maconha…

Já temos relatos de explosões e queimaduras na face. Porém, o mais assustador é que, desde o ano passado, primeiramente nos EUA, depois no resto do mundo, iniciaram as notificações de quadros respiratório graves, de pacientes que utilizam o VAPE, vários deles com passagem em UTI e até óbitos.

A média de idade das vítimas é de 23 anos. Já é consenso que estamos diante de uma nova doença, relacionada ao cigarro eletrônico, com intensa agressão aos pulmões e evolução gravíssima. O Conselho Federal de Medicina já divulgou nota tornando obrigatória a notificação desses quadros.

Caro leitor, a Coluna Adolescer Bem vem alertar sobre o VAPE. É nossa obrigação (pais, médicos e professores), esclarecer nossos jovens contra os perigos dessa nova moda.

Essa coluna é quinzenal. Se quiser sugerir um assunto ou tirar dúvidas, utilize o e-mail adolescenteconfidente@gmail.com.

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