A criação de abelhas é, hoje, uma importante atividade agropecuária, compatível com a preservação e conservação do meio ambiente. Além de contribuir com a polinização, o que aumenta a produtividade agrícola, a apicultura proporciona ainda uma importante fonte de renda ao produtor rural, pela produção de mel, cera, pólen, própolis, apitoxina e geleia real.
Em 2024, o Brasil produziu uma safra recorde, com aproximadamente 61 mil toneladas de mel. Em Minas Gerais, nos últimos anos, a apicultura tem se fortalecido, e um dos indicativos está no aumento de produtores cadastrados. Em 2024, 1.085 novos cadastros foram realizados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), 34% a mais que em 2023 (812 registros).
A apicultura é uma atividade econômica que gera ocupação e renda, garantindo vida digna e ambientalmente sustentável. Com o uso de boas práticas agropecuárias, a produção segura dos produtos das abelhas, com qualidade, é garantia de renda e competitividade no mercado consumidor. O bom desenvolvimento da atividade apícola está diretamente vinculado a uma florada abundante, à disponibilidade de água de qualidade, ao mercado consumidor e a pessoas interessadas e capazes de se dedicarem a essa atividade de forma empreendedora.
Minas Gerais possui um alto potencial para a produção apícola, com abundância de matas nativas e florestas plantadas, o que garante floradas durante todo o ano, permitindo a produção contínua de mel. Além disso, há um clima propício em várias regiões do estado. A área onde as colmeias serão instaladas deve ser arejada, mas protegida dos ventos diretos e do sol em excesso.
Para garantir a segurança das pessoas e dos animais, é necessário respeitar algumas distâncias mínimas: cerca de 300 metros de estradas movimentadas, caminhos, trilhos, casas, escolas, aviários, estábulos, granjas e outras construções da propriedade. A qualidade dos produtos provenientes das abelhas exige que as colmeias estejam a uma distância mínima de dois quilômetros de engenhos de açúcar, fábricas de doces, depósitos de açúcar e rapaduras, pois, do contrário, as abelhas serão atraídas a esses locais para se alimentar, em vez de procurar o pólen das flores. Outro cuidado importantíssimo é manter distância de, pelo menos, três quilômetros de lixões, aterros sanitários e lagoas de decantação de resíduos, para evitar a contaminação da produção apícola.
Para a atividade, é necessário ter atenção aos equipamentos de proteção individual (EPIs): macacão e máscara de cor clara, folgados; botas e luvas em bom estado, grossas, mas confortáveis, também de cor clara, para não irritar as abelhas. Deve-se evitar o couro. O fumigador também é considerado um EPI, pois a fumaça ajuda a acalmar as abelhas.
Quanto ao investimento necessário para iniciar a atividade e ao retorno financeiro, isso dependerá do porte do apiário e da região onde está localizado, o que interfere nos custos dos materiais necessários. Nos escritórios da Emater-MG, em todo o estado, os interessados poderão obter mais informações sobre a atividade. Além disso, a empresa estadual também disponibiliza uma cartilha informativa no site: www.emater.mg.gov.br.
(*) Engenheiro-agrônomo; fiscal estadual agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA); presidente da Associação dos Profissionais de Engenharia e Agronomia de Governador Valadares (ASPEA-GV); professor universitário; especialista em solos e nutrição de plantas e em geografia, meio ambiente e sustentabilidade.
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