Governador Valadares está mudando. Quem anda pelas ruas percebe o aumento das bicicletas motorizadas, que vêm ganhando espaço como meio de transporte rápido e acessível. Isso mostra que a cidade está acompanhando novas formas de mobilidade, mais práticas e sustentáveis. No entanto, esse avanço precisa vir junto com responsabilidade e respeito às regras de convivência.
As calçadas pertencem aos pedestres e devem ser respeitadas. Elas são espaços de circulação segura para idosos, crianças e pessoas com deficiência. Quando bicicletas motorizadas passam nesses locais, colocam vidas em risco e atrapalham quem caminha. O trânsito é coletivo e precisa ser compartilhado de maneira consciente, em que cada um saiba o seu lugar e respeite o espaço do outro.
Outro ponto que merece atenção é o barulho. O excesso de ruído causado por algumas dessas bicicletas tem incomodado moradores, especialmente quem vive próximo a hospitais, clínicas e lares de idosos. Aqui em Valadares, temos instituições como o Lar dos Velhinhos e a Associação Santa Luzia, que acolhem pessoas idosas e pessoas com deficiência. Esses lugares merecem paz e silêncio, pois o descanso e o bem-estar de seus moradores devem ser prioridade. O som alto e constante não representa liberdade, mas desrespeito. O verdadeiro progresso acontece quando conseguimos conciliar modernidade com cuidado e empatia. O silêncio também é um direito de todos.
A legislação nacional já diferencia os tipos de veículos. Bicicletas elétricas e ciclomotores têm regras distintas, e cada uma deve seguir os limites de velocidade e de segurança definidos pelo Conselho Nacional de Trânsito. Essa organização existe para proteger o usuário e as demais pessoas que dividem o espaço urbano. Conhecer e respeitar essas normas é fundamental para evitar acidentes e garantir um trânsito mais humano.
A presença dos agentes de trânsito da prefeitura e da Polícia Militar é essencial para orientar, fiscalizar e educar. Mas nenhuma lei ou fiscalização substitui a consciência individual. De nada adianta termos regras se não houver o compromisso de cada cidadão em cumpri-las. A cidade que queremos depende do comportamento de todos nós.
Um trânsito organizado é sinal de respeito, educação e qualidade de vida. Quando há ordem e empatia, as ruas se tornam mais seguras e agradáveis para todos. É possível ter mobilidade, praticidade e liberdade sem abrir mão do respeito e do silêncio.
Que Governador Valadares continue crescendo com equilíbrio. Que o progresso caminhe lado a lado com a civilidade. E que cada morador seja exemplo de responsabilidade e cuidado com o outro. O trânsito que temos reflete a cidade que somos. O trânsito que queremos reflete a cidade que podemos ser.
(*) Professor universitário. Bacharel em Direito pela Fadivale. Mestre em Tecnologia, Ambiente e Sociedade pela UFVJM.
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