É bíblico meu caro Bolivar. A disputa por lugares de destaques na sociedade, de centralizar as atenções, de se intitular o maioral, de achar-se o “Sassá Mutema,” é coisa antiga e faz parte de nossa história e não deve acabar tão cedo. Haja arroubos dos jovens e dos não jovens.
Os irmãos Tiago e João, integrantes dos dose apóstolos e filhos de Zebedeu, se notabilizaram no início da era pós Cristo em pleitearem lugares de destaques no Reino do Céu. Simplesmente, pediram lugares e posições privilegiadas à direita e à esquerda do Mestre, o que fizeram através da genitora. Pedido de MÃE, prontamente rechaçado e objeto de considerações duras.
É bem verdade que tais filhotes, após a compostura recebida do MESTRE, transformaram-se completamente, tornando-se figurantes de destaques no Reino do criador do universo. Integrantes do grupo inicial dos doze, tornaram-se mártires.
Tiago teria sido apedrejado ou crucificado, havendo duas hipóteses sobre sua morte. Quanto a João, teria morrido de morte natural em Éfeso, com idade superior a 100 anos. Um dos preferidos do Senhor Jesus. Sempre presente em momentos importantes.
A história da humanidade é pródiga e registra, em percentual brutal, figurantes orgulhosos, vaidosos e calculistas que a qualquer custo buscam o poder de mando ou mesmo adotam condutas nada republicanas, desde que sejam o centro das atenções’. Não são pobres de espírito; pelo contrário, orgulhosos em demasia.
O mundo em que vivemos na atualidade, independente da categoria social, inclusive a política, carece de uma lavagem cerebral que faça reacender em todos nós alguns valores adormecidos e abandonados, indispensáveis à paz social. Ocorrerá um milagre?
Os apóstolos inicialmente mencionados, denominados “filhos de trovão”, passada a escorregada inicial, ainda que de temperamentos impetuosos e impulsivos, tiveram por parte do Mestre um tratamento diferenciado, presenciando e participando de acontecimentos importantes, dentre os quais a transfiguração. Verdadeira lição de vida. Mudança radical.
E a realidade dos dias atuais? Qual tem sentido a conduta de grupos, de organismos, de instituições ou de pessoas individualmente? Comprometimento e responsabilidade? Ou deixar do jeito que está para ver como é que fica. Hum, sei não.
CASTA nada mais é do que dividir a sociedade em grupos distintos, mediante determinados critérios. Uma estratificação social, baseada em preceitos, inclusive econômicos. Bastante visível nos dias atuais. Basta olhar a nosso redor, vislumbrar o horizonte, atentar-se ao noticiário.
Nosso ‘papo’, prioritariamente, é voltado e direcionado aos BOLEIROS da VELHA GUARDA e àqueles que vivenciaram o mundo esportivo de Governador Valadares e região. Muitos dos nossos estão em estado de vulnerabilidade social. Precisando da ‘mão estendida’. Nossa e do ESTADO, esta figura dantesca, porém ausente, segundo a lição de Alighieri.
O Projeto Pingo D’Água, voltado para pessoas em estado de vulnerabilidade social, especialmente para os do mundo esportivo, porém não com exclusividade, vem realizando minimamente algumas pequenas ações solidarias. Mas as demandas são muitas… e os operários(voluntários) são poucos. Há muito a e por ser feito.
A caminhada inicial do projeto foi marcada por entusiasmo incomum. Com o passar do tempo, passou a guardar semelhança com os filhos de Zebedeu. Muitos têm buscado elogios, bajulações, projeções, aplausos e valorização pessoal. A semente não teria caido em terra boa…
Como a fé remove montanha, resta-nos esperar que, a exemplo dos filhos de Zebedeu, nossos ‘soldados’ se conscientizem e se comprometam com a causa sonhada por muitos – que sonharam um sonho possível, objetivando fazer o bem ao próximo. Que assim seja.
(*) Ex-atleta
N.B. 1 – Dado o momento atual vivido pelo Clube de Regatas Vasco da Gana, fácil a atitude do árbitro em expulsar do gramado o seu goleiro. Que apenas fez o que faz a maioria dos goleiros dos clubes maiorais. Ah! Se Eurico Miranda vivo fosse…
N.B. 2 – O novíssimo presidente da CBF acaba de receber na sede da entidade integrantes da polícia federal. Deve ter sido para um ‘chá com torradas’. Parece que nada mudou…
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