O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) recomenda alguns cuidados básicos no manejo sanitário de herbívoros, diante da situação de escassez na distribuição de vacinas antirrábicas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que resultou no desabastecimento do imunizante durante a campanha de vacinação contra a raiva.
Os produtores rurais devem evitar a manipulação de animais com sintomas neurológicos, como andar cambaleante e dificuldade para engolir (semelhante ao engasgo). Outros sinais, como paralisias, quedas e movimentos de pedalagem, também devem ser observados com atenção.
Ao identificar animais com esses sinais clínicos, a recomendação é procurar imediatamente a unidade do IMA mais próxima. Em caso de contato direto com animais sintomáticos, o produtor deve buscar atendimento médico o mais rápido possível para relatar a ocorrência.
O instituto segue monitorando o cenário e adotando as medidas que estão sob sua responsabilidade para regularizar, o mais breve possível, a distribuição dos imunizantes no estado. A vacina é a principal forma de prevenção da raiva, uma grave zoonose — ou seja, uma doença que afeta tanto os animais quanto os seres humanos.
A raiva é fatal para os animais e pode ser letal para as pessoas, caso o tratamento pós-exposição ao vírus não seja iniciado rapidamente. Além de não ter cura, a doença gera grandes prejuízos, pois exige diagnósticos laboratoriais e pessoal treinado para o controle dos transmissores.
O IMA monitora e desenvolve medidas contínuas para prevenir a doença. As ações envolvem o controle de morcegos hematófagos, vigilância epidemiológica, orientação técnica a produtores, conscientização da população local e coletas para diagnóstico laboratorial.
Dentro do conceito de saúde única, o IMA notifica todos os casos positivos de raiva em herbívoros à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Além disso, atua em parceria com órgãos de defesa sanitária de outros estados, visando fortalecer e ampliar as áreas de controle da doença.
A vacinação do rebanho deve ser declarada em uma unidade de atendimento do IMA, por meio do preenchimento de formulários específicos, ou de forma virtual, pelo Portal do Produtor. Essa declaração é fundamental para que a instituição possa monitorar a cobertura vacinal, identificar áreas de maior vulnerabilidade e direcionar ações de controle com precisão — o que protege o rebanho, a economia e a saúde da população da região.
Mais informações estão disponíveis no site do IMA: https://www.ima.mg.gov.br/defesa-animal
(*) Engenheiro-agrônomo; fiscal estadual agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA); presidente da Associação dos Profissionais de Engenharia e Agronomia de Governador Valadares (ASPEA-GV); professor universitário; especialista em Solos e Nutrição de Plantas, Geografia, Meio Ambiente e Sustentabilidade.
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