Atualmente vivemos num mundo em constantes mudanças, algumas boas, outras melhores ainda, mas muitas delas, que nos reportam ao período da barbárie humana (execução de pessoas por grupos terroristas).
Os seres humanos estão sendo engolidos por um sentimento de banalidade da violência, do tratamento desrespeitoso, e da total falta de gentileza e urbanidade. Muita gente boa e letrada, nem sabe, o que é urbanidade, que é o conjunto de formalidades e procedimentos que demonstram boas maneiras e respeito aos cidadão; afabilidade, civilidade e cortesia.
Vou mais além, ao afirmar que a urbanidade demonstra o amor entre os seres humanos e as demais criações de Deus, permitindo uma integração, visando o bem de todos. É um “aprender a viver em 1000 lições”.
Algumas pessoas estranham meu comportamento no interior de um supermercado, quando dou um “bom dia” ao repositor de mercadorias nas gôndolas, a moça que está limpando o piso, a caixa que está à minha frente, ao pagar as compras. Muitas vezes, essas pessoas ficam “invisíveis” e não são notadas por ninguém. Dizia uma amigo: mas esse pessoal é pago para trabalhar! De fato estão ali trabalhando e recebendo para tal os seus salários, porém são seres humanos, têm família, têm filhos e são filhos, enfim, têm sentimentos e seus labores são importantes para todos! E o que dizer do pessoal que recolhe quase que diariamente o lixo de nossas casas? Os nossos valorosos garis fazem um serviço de vital importância para toda a comunidade. Imaginem as cidades sem o trabalho desse valoroso pessoal por uma semana somente? É o caos instalado!
Em muitas situações, apenas o gesto simples de um sorriso “abre portas”. Posso constatar esta afirmação, quando viajo para o exterior. O sorriso tem mais valor do que a pronúncia correta do idioma.
Me lembro certa ocasião, durante a minha infância, que um gesto mudou as nossas vidas. Havia um campinho de terra na rua abaixo de onde morávamos, onde brincávamos a nossa “pelada”, quase todos os sábados e domingos à tardinha. Era um grande momento de diversão, até que a nossa brincadeira acabava, pela falta de um elemento principal: a bola. Quando ela caía no quintal da casa no fundo de um dos gols, ela não voltava, ou se acontecesse de voltar, vinha toda rasgada de faca pelo proprietário do imóvel. E a cada fim de semana eram perdidas pelo menos três a quatro bolas “dente de leite”. E a gente tinha de fazer uma “vaquinha” para comprar novas.
Num belo dia de sol, reparamos que o dono da residência, tinha um filho, mas não deixava ele sair de casa para se juntar à nossa turma. Após uma minuciosa “rede de fofocas” acionada, descobrimos que ele tinha síndrome de down, e que na verdade, a gente nem sabia o que era mesmo! Fomos à casa do menino, e o convidamos para jogar bola com a gente no campinho. O pai dele ficou meio ressabiado de deixar, com medo do seu único filho se machucar, mas depois de ouvirmos a mãe dele gritar da cozinha, que poderia deixar, aí por diante, foi só alegria, e fizemos mais um amigo para se juntar à turma. Como não era bom “na linha”, fizemos algumas “gestões”, para que no par ou ímpar, na escolha dos times, ele fosse o goleiro. Chamávamos ele de Lelé (o nome dele era Fernando). Era amigo de todos nós, e sempre de bom humor. E no fim das contas, se tornou o nosso melhor goleiro rsrsrs. Um simples gesto da nossa parte ajudou na integração do filho de um vizinho. Todos ficaram satisfeitos, mudou a vida dele, que se desenvolveu muito bem, e sobretudo, evitou que nossas bolas de futebol fossem rasgadas rsrsr. E por que não dizer que também mudou as nossas vidas? Aprendemos a lidar com as diferenças através do amor e do companheirismo, numa época em que nem as escolas eram preparadas para alunos especiais.
Pequenos gestos podem mudar o mundo, se começarmos a mudar primeiramente a nós mesmos, e os nossos pequenos mundos, como nossas ruas, nossos bairros, nossas cidades e nosso país! Pequenos gestos podem trazer um enorme resultado e fazer a diferença!
“Pequenos gestos me conquistam
…As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de areia…
O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra…
As mais belas canções são compostas por pequenas notas…”
Para se viver de verdade, não é necessário fazer ou passar por grandes feitos, espetáculos ou grandes demonstrações. A vida é feita dos pequenos gestos, das pequenas atitudes. Um olhar, um sorriso, um abraço ou uma palavra, podem fazer toda a diferença.”
Autor Desconhecido
(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro
As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.
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