Estamos a uma semana do início do Tempo do Advento. Precisamente hoje, quando a igreja celebra Cristo – Rei do Universo, este mesmo Cristo nos conclama a refletir sobre o significado deste período que antecede o Natal.
O nascimento deste “novo Adão” deve ser considerado pela humanidade, como mais uma oportunidade que o Criador nos dá de viver sob a expectativa de alcançar a graça de sermos um dia acolhidos gloriosamente na Pátria Celeste.
Se pararmos pra analisar o sentido de nossa existência, certamente concluiremos que o Cristo Rei nasceu, viveu e se entregou à morte carnal numa cruz, por nós e nossa frágil e limitada condição de humanos e pecadores. Da mesma forma, Deus nos criou e espera de nós a disponibilidade de, uma vez nascidos para Deus, também vivamos para Ele e também possamos morrer por Ele.
A partir do dia primeiro de dezembro, teremos um longo período, onde poderemos nos reunir seja em comunidade-igreja, seja em comunidade-família, na busca do entendimento deste amor e ternura de Deus, que mesmo na simplicidade e pobreza material, se mostra rico dos dons do Espírito.
E é este Jesus que aguardamos, especialmente em tempos em que a aridez dos corações revelam um mundo conturbado pelas ideologias, guerras e fome de poder.
Nossa busca pela santidade passa invariavelmente pelo nascimento de Jesus, considerando sim, os julgamentos, as incertezas, os medos, típicos da natureza humana, mas que não devem ser empecilhos para que possamos também viver e ser Jesus no meio onde vivemos.
Este seria o maior conceito de Natal, que se for observado sob a ótica do catecismo da igreja católica, é assim definido: “Trata-se da festa que comemora o nascimento de Jesus Cristo. É um dia importante para os cristãos porque se celebra que Jesus Cristo, o Filho de Deus “por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.” (Credo Niceno-Constantinopolitano).
Como bem sabemos, a nossa corresponsabilidade pela vida do outro é sim uma herança e ensinamento da vida cristã. Jesus, o Verbo Encarnado, em sua passagem entre nós enquanto humano e ainda hoje, coroado Rei do Universo sempre se revela conhecedor de nossas fraquezas, mas também indica que somos capazes de amar a Deus sobre todas as coisas e nos desafia a amar o nosso irmão como a nós mesmos.
Se nos libertarmos da cegueira espiritual, dos corações de pedra e do egocentrismo, sem grandes dificuldades poderemos experimentar a humildade e mansidão que brotam no coração de Jesus, mas podem ser revelados na nossa disponibilidade de entrega como servidores e não como servidos. Bem assim. O reinado de Jesus não ostenta ouro e nem prata, mas oferece o que Ele tem de melhor: o Seu amor e a salvação que nasceu para anunciar.
Bom domingo com Cristo, Rei do Universo e dos Corações.
(*) tiaoevilasio1@gmail.com
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