Quando se pensa em país desenvolvido, devemos procurar sempre entender que a diferença entre o Brasil e eles se concentra na educação. Uma base bem-educada resulta numa sociedade organizada, equilibrada, rica e mais ética. Nas democracias mais evoluídas não existe engenharia política extravagante como no Brasil. Lá os recursos públicos – que também são fonte de riqueza de uma nação, são bem aplicados, diferente da grande quantidade aqui desperdiçada por conta de corrupção, superfaturamento em obras inacabadas e mal gasto público. A transformação ocorrida lá fora ocorreu primeiro na base, que influiu no comportamento da sociedade, posteriormente no sistema econômico e na eficiência do estado.
O Brasil tem de reverter o cenário que ainda persiste, sua estrutura política está com validade vencida. É repetitivo falar em futuro, quando já deveria ser presente. O conceito de desenvolvimento passa primeiro por uma boa educação na base. Algumas observações:
* Por que placas de trânsito à beira de estradas estão sempre engolidas pelo mato? De vez em quando capinam, mas o mato volta a encobrir os equipamentos, muitos já malconservados. Porque não gramar 10 metros no entorno da placa para evitar a capina de sempre? Fazendo isso resolveriam parte do problema, bastaria uma pequena manutenção de vez em quando.
* Quanto tempo vai perder quem chega para um compromisso na hora certa em consultórios médicos, dentistas e órgãos públicos, mas tem de ficar esperando por atendimento?
* Você vai comprar 200g de massa para tapar um buraco pequeno ou apenas 100g de um cereal. Mas aí o vendedor informa que só tem lata de massa de 01 quilo. Com o cereal coisa parecida. Como a indústria não disponibiliza embalagens menores, só resta comprar uma quantidade maior do produto, utilizar um pouco e desprezar o resto.
* Com o “WhatsApp” a realidade mudou um pouco, mas ainda ocorre o seguinte: alguém telefona para uma empresa, aí vem a pergunta “quem deseja?” Ou “quer adiantar o assunto?”. Você se identifica na esperança de falar com um interlocutor, aí a atendente responde que ele não está, ou que o mesmo está em reunião, justificativa que significa que está, mas não quer atender. Todos devem ser orientados a adiantar o lado das pessoas, fazendo girar mais rápido o bem-estar do convívio social.
* Não temos cultura de manutenção nos órgãos públicos, que é também um fator de educação. Por aqui parece que obra pública é feita para durar para sempre, que não precisa de manutenção. O padrão de manutenção no setor público é comum nas democracias modernas, alternativa que gera empregos e mantém em dia a estética urbana das obras.
* Por que o pedreiro faz a massa em cima do calçamento ou do asfalto, e acabado o serviço, deixa lá resto da massa que depois seca vira uma “crosta”?. Por que não fazer a massa no lugar apropriado ou em cima de um suporte.
* Por que as cidades ficam tão sujas apesar de serem varridas todas as noites?
* Certamente é mais rentável para o país a duplicação de estradas. Além de gerar milhares de empregos durante a obra, atrai muitas empresas para as margens das rodovias. É mais econômico e produtivo evitar milhares de acidentes que superlotam hospitais, amplia o rombo nas contas do Ministério da Saúde, e destrói sentimentos familiares. Educação para o setor de transporte.
* Só teremos uma transformação a partir de uma reforma atualizada na pedagogia da educação em sintonia com a era digital, com introdução das seguintes matérias: inteligência emocional, educação financeira, empreendedorismo, robótica, raciocínio lógico, geopolítica, algoritmo, educação para o trânsito, nanotecnologia, Inteligência Artificial – IA, limpeza e estética urbana, além das matérias tradicionais matemática e geografia, que continuam necessárias.
(*) Crisolino Filho, é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: crisffiadv@gmail.com | Whats App: (33) 9.88071877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente
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