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O campo do Lima Filho

Luiz Alves Lopes (*)

A Cidade Jardim Senhora do Carmo – A ILHA DOS ARAÚJOS, hoje tendo de tudo que a modernidade e as alterações introduzidas na legislação permitiram, enchentes  à parte, pode ser tida como um paraíso para ninguém botar defeito.

No passado já um pouco distante, maravilhas outras existiram e já não existem mais. Quem se lembra da AABB? Do campo de futebol atrás da Igreja Católica? Do clube Ingá que virou Paradise? Do fantástico clube de futebol a Associação Atlética Aparecida? Alô Vionaldo…

Por longos anos, em determinada parte nobre da Ilha dos Araújos, nas proximidades da Avenida Rio Doce e do lado da encantadora Ibituruna, o médico Sebastião LIMA FILHO foi detentor da propriedade de alguns lotes – proximidades de sua residência -, deles fazendo um espaço de lazer, em especial para a prática do futebol .

0 campo do LIMA FILHO como foi batizado, muito bem cuidado e servido de boa iluminação, afora acomodações da melhor qualidade, por décadas se tornou uma coqueluche de um grupo em que perfilavam profissionais liberais e convidados diversos, os quais  em um determinado dia da semana(à noite) e nas tardes de sábados, promoviam interessantes competições esportivas de todos os gostos.

LIMA contava com as figuras de um Eloisio Ribeiro Chagas, Homerildo Alves Gomes, Dilermando Dias Miranda , Édson do Imposto de Renda, Walter José Pereira, dentre outros, na normatização e organização das “peladas” acirradas e competitivas.

É bem verdade que nem tudo era perfeito, eis que Lirinho Cabral e Luiz Bento Marreco, frequentadores assíduos, com a normalidade conhecida e costumeira, também por lá aprontavam sempre. Apenas rotina…

A menção, referência, citação e lembrança do CAMPO DO LIMA FILHO, sintetiza voltar ao passado, lembrar de coisas positivas da cidade Princesa e de muita gente boa que soube viver a vida, proporcionando oportunidades para que outros tantos também o fizessem.

O anfitrião LIMA FILHO, conceituado médico e desportista de escola, craque por excelência, portava-se como verdadeiro estadista na arte de recepcionar seus convidados e os intrujos que por lá apareciam e que não eram poucos.  Sabedoria impar.

HOMERILDO ALVES GOMES, também médico dos bons, que atendia em sua clínica os pobres pela madrugada, hoje com os burros na sombra lá para as bandas de São Mateus-ES, marcou história no futebol valadarense, desfilando por inúmeros clubes. “Palpitava” sempre quando uma falta surgia nas imediações da área adversária. Extremamente dócil, falante e prestativo. Saudades do filho do senhor Homero.

DILERMANDO DIAS MIRANDA – que nos deixou vítima da Covid, foi consagrado médico em nossa cidade, afora ter sido zagueiro que zagueirava, portador de uma disciplina incomum e de uma sábia , eficiente e produtiva liderança.

ELOISIO RIBEIRO CHAGAS – 0 ELOI, que se gabava de ter sido o goleiro a levar o primeiro gol no Mineirão – jogos da FUME – Federação Universitária Mineira de Esportes, fez parte do tripé de médicos parteiros mais famosos da urbe(Frangão, Elói e Grimaldinho), tendo sido ainda simplesmente extraordinário goleiro de futebol de salão. Sonhador por excelência, escreveu livro e nos deixou não tem muito tempo.

Muito mais gente e põe gente nisso, participou e concorreu para que as ‘peladas’ no CAMPO DO LIMA se tornassem acontecimentos prazerosos, gratificantes e contagiantes. Às vezes o coro comia, a cobra fumava, a vaca tossia e a porca torcia o rabo. Pudera, com Lirinho, Marreco e Aloisio Cordeiro, dava para esperar algo diferente?

Relembrar de forma simplória do campo do LIMA e de alguns poucos de seus personagens, nos faz refletir sobre a situação dos campos para a prática do futebol existentes na cidade atualmente, daqueles que desapareceram e da falta de atividades futebolísticas sábias, agregadoras e produtivas nos moldes daquelas que nossos personagens souberam nos proporcionar. Recordar é viver…


(*) Ex-atleta

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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