Um dos grandes problemas que aflige o nosso país é o trânsito.
Estima-se que, por ano, 55 mil cidadãos brasileiros perdem suas vidas nas estradas. É uma guerra do Vietnã por ano! Os Estados Unidos perderam, em sete anos de guerra, este mesmo número de combatentes. É de se assustar! O número de vítimas de acidentes fatais pode ainda ser maior, já que a estatística oficial considera somente os falecidos nos locais dos acidentes. E aqueles que falecem nos hospitais após dias de internação? É a chamada “cifra negra”.
Segundo a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), os acidentes de trânsito, no Brasil, apresentam altos custos, impactando o sistema de saúde e a economia, e são a segunda maior causa de mortes no país, e o quinto neste ranking, precedido por Índia, China, EUA e Rússia. O mesmo órgão estima que 70% dos atendimentos de emergência são ocupados por acidentes de trânsito.
As fatalidades e lesões decorrentes de acidentes de trânsito têm um preço altíssimo, não só financeiro, mas emocional, atingindo, de sobremaneira, as famílias. São mortes inesperadas. Pessoas que saem de suas cidades nos feriados e fins de semana para visitarem seus familiares e, de repente, perdem suas vidas durante os trajetos. A dor emocional é imensurável.
O nosso Código de Trânsito é excelente, e, de maneira inteligente, só permite que cidadãos brasileiros com 18 anos possam se habilitar para dirigir veículos automotores. Os jovens com idades menores são afoitos e não reúnem, ainda, as habilidades necessárias para dirigirem e não possuem maioridade penal.
Muita gente boa e inteligente não sabe que o trânsito começa dentro de nossas casas, no trabalho e até em ambientes de puro lazer.
Ao acordarmos, começamos nosso dia a dia nos dirigindo aos demais cômodos de onde moramos. Vamos primeiro ao banheiro e, depois, até a cozinha fazermos ou tomarmos o nosso café da manhã. Nestes trajetos simples e curtíssimos, se não prestarmos a devida atenção, e com um mínimo de planejamento mental, poderemos “topar” com a coxa, os joelhos nas beiradas das camas, ponta de mesas e até escorregarmos com grande perigo de quedas. E, no caso de idosos, os cuidados devem ser maiores. Olhem aí os primeiros acidentes de trânsito!
Ahhh! Muita gente boa não percebeu que TODOS nós somos pedestres!
E ninguém respeita ninguém! Vira e mexe me deparo com o que chamo de ignorantes de trânsito. Erram, desrespeitam e, ainda por cima, olham de cara feia erguendo o “dedinho”. Pobres coitados! Serão um dia vítimas da própria besteira!
O que me espanta mais é a falta de educação das pessoas quando transitam pelas ruas das cidades. Pedestres atravessando as vias fora da faixa a eles destinadas; ciclistas avançando sinais de trânsito; motociclistas em alta velocidade e em corredores. Tudo demostrando uma falta de educação e urbanidade abissais. Não há gentileza, e parece haver uma guerra silenciosa onde não há vencedores, somente perdedores.
Estive em várias cidades, do nosso país e também de fora, e percebi a mesma coisa: problemas de educação e não fragilidades legais ou impunidade.
Há anos o nosso país carece de investimentos na prevenção de acidentes, principalmente, na área de educação para o trânsito.
Desde pequenino, o indivíduo deveria receber educação voltada também para a segurança no trânsito. A disciplina educação para o trânsito já deveria ter sido incluída nos currículos escolares. A formação de nossos motoristas deveria mesmo ocorrer ainda na infância. Não consigo entender como isto não aconteceu. Vidas estão sendo ceifadas todos os dias.
Observo a vida dos que trafegam diariamente nas grandes metrópoles. Motoristas de ônibus cansados e taxistas muitas vezes estressados. O número de veículos vem aumentando, assustadoramente, ano a ano, e as vias são as mesmas. A maioria carece de obras.
Importante é, sem dúvida, o investimento nos transportes urbanos, os chamados “de massa”.
Volto a chamar a atenção para a EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO!
Ela é, a meu ver, o caminho para a melhoria no trânsito em nosso país.
Rogamos para que as autoridades retirem seus “antolhos” e procurem soluções.
TENHAMOS FÉ EM DEUS E NOS PREPAREMOS NA AUTOESCOLA DA VIDA!
(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro