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Namoros, namorantes, ficantes e crushes

por Coronel Celton Godinho (*)

Sem qualquer sombra de dúvida, as relações humanas, no que tange ao relacionamento visando a união de nossa espécie,vêm mudando muito ao longo dos tempos.

Atualmente, diante do assombro de muitos, e do ar de naturalidade de alguns, a união de seres humanos sofreu transformações bruscas, como o acasalamento, se assim podemos chamar, entre indivíduos do mesmo sexo.

Vemos “casamentos” entre dois homens e também entre duas mulheres, mas nosso colóquio não tem como foco este fenômeno. Vamos assuntar outra coisa: o namoro, de uma forma geral, sem distinção, se hétero ou homossexual.

Antigamente, havia o namoro entre duas pessoas de sexos diferentes, que necessitava de “autorização do pai”. Era precedido de uma “paquera”, troca de olhares, embebida de muito romantismo e galanteios. Existia a fase da conquista. E como era bom!

O namoro “oficial” só acontecia se o pretendente fosse na casa dos pais da moça e a pedia em namoro. Era um início, um compromisso oficial. Ah! E, nas conversas com o pai e a “mamis poderosa”, surgia quase sempre aquela pergunta ao pretendente (já com os hormônios em polvorosa): você faz o que na vida, tem emprego? Nessa época, não muito distante, se namorava em casa, tinha que ser com objetivo de casamento. E se nada tinha a oferecer à moça, restava terminar a relação ou namorar escondido.

Os tempos foram se passando, e aí os namoros perderam aquela necessidade de se namorar em casa. Iniciaram-se os “bailinhos” de bairro, as discotecas, as boates, e os casais apenas “ficavam”. Romantismo sem compromisso e sem as amarras. Era uma relação que se baseava muito mais na atração. Alguns “ficantes” até oficializaram namoro, e depois chegaram até a se casarem.

Foi a época também da chamada “amizade colorida”, que confundia amizade com namoro, dentro de um grupo de jovens.

Entendemos que o romantismo entre os jovens foi se perdendo na medida em que, durante o namoro, eram permitidas relações sexuais, e as namoradas viraram amantes, ou melhor, namorantes, sem qualquer compromisso. Alguns relacionamentos se transformaram em casamentos, ou em uniões estáveis.

Atualmente, temos outra modalidade, semelhante ao “ficante”, que é o “ crush”. Nada mais é do que aquela “quedinha” por uma pessoa que não imagina o seu interesse. É aquela “apaixonite” de adolescente. A palavra vem do idioma britânico, e quer dizer colisão, esmagamento. Algumas pessoas definem a palavra significando um sentimento não correspondido, o que chamamos de “amor platônico”. De fato, o surgimento desta gíria se deu nas redes sociais, como WhatsAap, Facebook e Instagram.

Todas essas “modalidades” ocorrem hoje também com pessoas do mesmo sexo.

A meu ver, o que está ocorrendo é uma liberalidade perversa que muitas vezes obriga aos jovens a sofrerem uma maturidade precoce e que pode trazer consequências terríveis no futuro, principalmente, no seio da família.

Ficamos tristes ao ver o fim do romantismo, das fases da conquista, do namoro e do noivado. São fases importantes no relacionamento entre duas pessoas que querem, no futuro, constituir uma família. 

O namoro é a base para o noivado e este, alicerce para o matrimônio.

Vamos voltar a compreender o que é amor entre nós.

Sou um romântico à moda antiga, mas penso que é o certo!

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13:4-7)

(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de
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