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Educação e olimpíadas

Walber Gonçalves de Souza (*)

Os jogos olímpicos, também de uma forma atípica, devido à pandemia provocada pela COVID, estão acontecendo no Japão. Nesse período, todos os dias, eventos esportivos acontecem de forma frenética na terra do sol nascente.

O objetivo principal de cada atleta participante é conquistar uma medalha, apesar de participar já ser um motivo de orgulho e vitória. Afinal, a olímpiada significa o encontro dos mais preparados esportistas do mundo, logicamente, cada um na sua respectiva modalidade esportiva.

E aqui ficamos, na torcida, vibrando com as conquistas dos nossos representantes. Algumas delas acontecem de forma inesperada e outras que tínhamos maiores esperanças, não se concretizaram em conquistas de medalhas. Mas como sabemos, esporte é assim, ganhar e perder faz parte do processo. Certamente os que chegaram até lá já são vitoriosos, imagina o quão gratificante é participar de uma olimpíada! Um privilégio para pouquíssimos atletas.

Todavia, de forma particular, aconteceu algo inusitado com os atletas brasileiros que não conquistaram medalhas, praticamente todos, além do semblante de frustação, demostraram um sentimento de fracasso, como se fossem culpados pela não conquista da medalha. Ouvir o pedido de desculpas por parte dos atletas, nas entrevistas, após as competições, se tornou comum. Algo que não deveria acontecer! E os motivos são inúmeros, vejamos alguns:

Primeiro, não temos uma educação voltada para a prática de esportes. Nossa cultura, ainda vê a prática de esportes como perda de tempo, para pessoas desocupadas, simplesmente como um momento de lazer. Está mudando? Claro que sim. Muitas pessoas estão conseguindo criar o hábito de praticar alguma atividade esportiva, todavia, ainda é um pequeno número de pessoas.

Segundo, sabemos que não há no Brasil uma política pública de incentivo ao esporte. A retórica dos atletas é sempre a mesma: falta incentivo, falta condições de treinamento, falta recursos, enfim, não se valoriza uma série de modalidades esportivas, como de fato deveriam.

E diria também, como um terceiro fator, a falta de valorização das atividades físicas nas escolas. Não se vê e nem se trata a Educação Física nas escolas como deveria. Na maioria das escolas há um “faz de contas”. Não simplesmente por culpa do professor, mas sim, da inexistência de estrutura para tais práticas. E se não há estrutura e incentivo não teremos atletas.

Quantas crianças poderiam se tornar atletas de alto nível se fossem oferecidas a elas condições para desenvolverem suas habilidades esportivas? Tenho certeza que seriam milhares, o que refletiria no ranking do quadro de medalhas.

Por fim, mesmo sendo um pouco simplista nas minhas colocações, tenho consciência que não são somente esses os motivos, mas é inegável que, os pontos mencionados, refletem na qualidade e nas conquistas dos nossos esportistas. Quem sabe um dia consigamos avançar nesses pontos! Fica a esperança!


(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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