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2021 será diferente de 2020?

Walber Gonçalves de Souza (*)

Depois de uns dias parados para refrescar a mente e buscar novas inspirações para escrever, estou de volta ao exercício literário semanal. Escrever não é uma tarefa fácil, principalmente em tempos tão nebulosos e de extremismo ideológico. Mas é preciso, mesmo correndo o risco de nem sempre conseguir expor o que se quer ou ser interpretado da forma que não pensaria que fosse. Mas vamos lá, chegou a hora de retornar!

A sensação que estou tendo é que 2020 não acabou. Do jeito que as coisas estão caminhando parece, como diria a canção que o “futuro vai repetir o passado”, ou seja, 2021 será na verdade um complemento de 2020. Como no Brasil, dizem que o ano começa depois do carnaval, talvez esteja aí o problema, pois não teremos a festa do Rei Momo.

Mas o que todos nós queremos é que 2021 seja de fato diferente de 2020. Todavia, para isso acontecer é preciso que as pessoas sejam vacinadas, algo que provavelmente vai levar alguns meses para acontecer.

Um dos motivos seria a produção, que precisa ser em alto escala para atender a demanda mundial. Mas principalmente, por morarmos em um país que no protocolo de qualquer acontecimento, mesmo sendo de suma importância para o desenvolvimento da nação ou para salvar a vida das pessoas, primeiro vem a burocracia, segundo a politicagem, terceiro os interesses obscuros, quarto a licitação direcionada para os apadrinhados ou financiadores de campanha (pois todos sabem, mas fingem não ver que o caixa 2 ainda existe), quinto ver se vai render votos e nas últimas colocações o ato de vacinar, isso é, se até lá ela não perder a validade, o que se soma à inércia de parte dos órgãos competentes. Algo tão comum na nossa cultura logística!

Até lá, tudo segue como antes: uso de máscara, o surgimento e benéfico hábito de lavar sempre as mãos, distanciamento social, aulas remotas, desemprego, empresas passando apuros financeiros, pessoas morrendo, hospitais lotados, noticiários que só falam de COVID, futebol sem público e o pior, a insegurança de como será o amanhã. A incerteza dos dias vindouros nos remete ao medo até mesmo do que e como fazer.

Por isso, queremos, almejamos, sonhamos que 2021 comece rápido e para valer, que todos nós estejamos vacinados e aptos e voltarmos ao ritmo normal da vida social, principalmente em relação às atividades que geram renda e por consequência o sustento das famílias, pois precisamos mudar essa triste página da nossa história: o enfrentamento do corona vírus.

Se possível, também, aprender um pouco com tudo isso, algo que na minha modesta opinião não aconteceu como imaginávamos, salvo exceções, e tocar a vida em busca de dias melhores, onde a sobrevivência e realização dos nossos anseios sejam a realidade de todos nós. Não demore a chegar 2021!


(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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