De acordo com engenheiro eletricista e sócio-proprietário do ponto de reabastecimento Guilherme Coura, iniciativa é um teste de mercado na cidade
Novidade no mercado valadarense, o ponto de reabastecimento para carros elétricos instalado recentemente teve seu primeiro cliente ontem (19). O engenheiro eletricista e sócio-proprietário do ponto, Guilherme Coura, está fazendo um teste de mercado, mas tem boas expectativas para os próximos dez anos, e acredita que o número de carros elétricos aumentará nesta década devido aos diversos benefícios, seja na economia, seja para o meio ambiente, por serem carros zero emissão de dióxido de carbono (CO2).
Segundo Guilherme, a ideia de abrir o ponto de reabastecimento de energia de veículos elétricos surgiu a partir do momento em que ele percebeu que em Valadares ninguém despontava com pontos de recarregamento elétrico. Atualmente, quem levar o carro ao estabelecimento não pagará pelo serviço. O ponto está localizado na rua Arthur Bernardes, no centro da cidade, próximo ao antigo ponto final.
“De acordo com o aplicativo PlugShare, o mais usado e conhecido do mercado, ninguém ainda em Valadares estava oferecendo esse tipo de serviço para as pessoas. A gente entende que carro elétrico não é só o futuro, mas já é o presente. Cabe às pessoas avaliarem se vale a pena ou não, pois são carros de zero emissão, entregam conforto e potência para seu condutor. A gente entendeu que se despontar e oferecer pontos de recarregamento as pessoas vão se conscientizar e fazer essa avaliação. Atualmente, aqui é gratuito para a pessoa que vier recarregar”, disse Guilherme.
Sobre o sistema de recarregamento em seu estabelecimento, Guilherme explica que ele tem atualmente um aparelho da fabricante ABB, que oferece 7.200 watts de potência. “Ele é capaz de carregar sete quilowatts por hora no carro, e o custo dele hoje é em torno de 10 mil reais. Tem algumas fabricantes de veículos elétricos que já oferecem junto com a venda o equipamento de recarregamento. A nossa ideia é ter um sistema autossustentável, que não polui, e renovável a cada renascer do sol. Temos 24 placas no telhado captando a energia do sol. Através do inversor, essa energia é convertida para a corrente alternada, que alimenta o power box, que faz toda a preparação da energia para injetar no veículo.”
Guilherme indica que os maiores benefícios de ter um carro elétrico são a não poluição do meio ambiente e a economia que o proprietário do veículo tem no decorrer dos anos. “O veículo elétrico é zero emissão e não polui o meio ambiente, mas também tem a questão da economia. A gente fez alguns estudos preliminares: se você comprar um veículo elétrico, dentro de um tempo e quilometragem rodada, a economia que vai te trazer praticamente vai se tornar o valor do carro, pois não haverá gasto com combustível, que tem subido o preço bastante. A situação ficará ainda mais beneficente para o consumidor quando se tem o sistema de energia solar que recarrega o veículo. Além da sustentabilidade, do futuro que é o carro elétrico, tem a questão da economia da cidade, pois a pessoa vai passar um tempo aqui e vai poder fomentar o comércio no período em que o carro estará recarregando.”
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil computou 7.568 carros elétricos no primeiro semestre de 2020, o triplo do mesmo período de 2019. Guilherme entende que o mercado aumentará quando os pontos de recarregamento dos veículos elétricos forem semelhantes aos postos de gasolina, espalhados por todo o Brasil.
“Quando tivermos um cenário elétrico desenhado dessa forma, talvez a gente verá os carros totalmente elétricos se desenvolvendo muito mais no país. Enquanto isso não acontece, a gente tem a solução dos híbridos, com o motor de combustível e elétrico. O carro do cliente que está aqui é hibrido e possui 150 quilômetros de autonomia no combustível e 150 quilômetros no elétrico. O condutor chegou a falar com a gente que é um carro mais urbano, anda dentro da cidade, chega em casa e recarrega. Quando vai viajar, depende um pouco mais da gasolina, pois pode parar para reabastecer e seguir viagem”, comenta.
Ontem (19) o estabelecimento de Guilherme teve cliente que solicitou o recarregamento através do aplicativo PlugShare. Ele é de Vitória e está indo para Belo Horizonte. “Nós divulgamos no aplicativo há três meses, e a gente teve o primeiro cliente em trânsito ontem. Ele inicialmente iria fazer uma rota, mas quando viu que me Valadares tinha esse ponto nos procurou. A gente vê que é um mercado inicial, e eu costumo dizer que esta década será a do veículo elétrico. Então, vamos sair dela com muito mais carros elétricos nas ruas do que quando começamos. A perspectiva é boa no mercado para os próximos dez anos.”
Devido à autonomia dos carros elétricos, Guilherme conta que inicialmente a ideia é alcançar o público que está de passagem por Valadares. “O nosso intuito, colocando este ponto de recarregamento aqui, é oferecer para aquelas pessoas que estão em trânsito, de passagem por Valadares. No cenário em que estamos inseridos, hoje vai demorar entre 6 e 7 horas para a carga total, mas também depende do carro, porque pode ter veículo com menos capacidade e recarga mais rápida”, finaliza.
