Valadarense fará palestra sobre educação inclusiva na Tailândia, após ser descoberta no YouTube

Veruska de Paula fará um seminário em Phuket, em julho

A valadarense Veruska de Paula, 46 anos, é formada em pedagogia e trabalha com educação inclusiva há 16 anos. Ela atua no Centro Municipal de Referência e Apoio à Educação Inclusiva (CRAEDI), em Valadares, desde a fundação.

Com o objetivo de expandir o seu conhecimento para auxiliar mais pais e professores na aprendizagem de alunos com deficiência, Veruska criou um canal no YouTube em janeiro deste ano. 

“Eu comecei a ver a necessidade de ajudar mais pais e professores, porque vejo que as dúvidas e angústias são sempre as mesmas. Trabalho realizando atendimento dos alunos com deficiência e orientando os professores, monitores e pedagogos de como vão atender os alunos na escola”, disse.

Foi por meio do canal no YouTube, que leva o nome da pedagoga, que Laricia Lima conheceu o trabalho de Veruska. A missionária brasileira mora com a família na Tailândia e tem um filho de 10 anos com autismo. Segundo ela, a escola da criança não oferece nenhum suporte para auxiliar na aprendizagem.

“Na escola não tem nada de educação inclusiva para o filho dela; ele ficava sem aprender. Então, ela começou a estudar meus vídeos e me chamou para realizar a palestra, para ajudar tanto os pais como os professores, e realizar o trabalho de inclusão na Tailândia”, afirmou Veruska.

Os vídeos explicam como atender os alunos com deficiência em sala de aula e como adaptar as atividades para os estudantes acompanharem. De acordo com a lei brasileira de inclusão, é direito dos alunos com deficiência ter um atendimento especializado.

“A Tailândia tem um déficit muito grande na educação. A gente que é brasileiro reclama muito do país, mas, se soubesse como o Brasil é evoluído em tantas áreas, veria de forma diferente”, disse Laricia.

A escola em que Josué Emanuel Gomes Lima estuda é canadense, a “Lighthouse International School Rawai”. A cidade de Phuket tem muitos estrangeiros e diversas famílias procuram essa escola, por ter como língua oficial o inglês. Com a guerra da Rússia e Ucrânia, a escola está oferecendo descontos e realizando campanhas para auxiliar a população dos países envolvidos na guerra.

A palestra

O evento está agendado para acontecer entre os dias 16 e 18 de julho, em Phuket. O objetivo é expor métodos e atividades de aprendizagem, que serão utilizados com alunos com deficiência de todas as idades. O seminário será voltado para pais e professores da escola canadense.

Por meio dos vídeos de Veruska e orientações dadas a Laricia, a missionária está ajudando a escola a criar uma sala de recursos para os alunos com deficiência. A sala está sendo inspirada em modelos de aprendizagem existentes na educação inclusiva do Brasil.

Autismo

Segundo Veruska, quando começou a trabalhar com educação inclusiva, há 16 anos, ela não conhecia nenhum autista. Já hoje o núcleo de autismo de Valadares tem 20 professores para trabalharem com estudantes com esse transtorno.

“O autismo é equiparado a uma deficiência, perante a lei. A criança, como é o caso do filho da Laricia, nasce com esse transtorno. Hoje, a cada 44 bebês, um tem autismo. Quando eu comecei a trabalhar na área de inclusão, não conhecia uma pessoa autista”, disse Veruska.

De acordo com a pedagoga, atualmente o diagnóstico é mais preciso, e com a educação inclusiva o aluno autista consegue ter uma aprendizagem de qualidade.

“Eles ficavam bem prejudicados no ambiente escolar. Além de quê o autista tem dificuldade de interagir socialmente e, na maioria dos casos, sofre bullying. Com a educação inclusiva é desenvolvido um ensino estruturado para o autista, de forma que o estudante consiga organizar os pensamentos, e dependendo do grau do transtorno tem direito a um monitor”, explicou.

Para Veruska, é muito gratificante poder acompanhar o desenvolvimento de tantos alunos e auxiliar os pais e professores, de forma a sanar a angústia de não ver o aluno aprendendo. A pedagoga está feliz e empolgada em representar a educação inclusiva do outro lado do mundo. 

Pedagoga Veruska de Paula/ Arquivo pessoal

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