Utilização do Hospital São Vicente é agilizada para aliviar o caos da saúde em Valadares

Em coletiva realizada na tarde de hoje, o prefeito André Merlo confirmou que providências estão sendo tomadas para abrir 50 leitos clínicos, para desafogar o Hospital Municipal

A Prefeitura de Governador Valadares convocou uma coletiva de imprensa para a atualização da situação da covid-19 em Valadares, a qual, conforme o prefeito André Merlo (PSDB), está “caótica”. De acordo com a Prefeitura, há falta de leitos e profissionais na cidade. Não há mais vagas de leitos de UTI e nem leitos clínicos para o tratamento da covid-19.

Em meio à situação caótica, André Merlo oficializou que a Prefeitura vai assumir a estrutura do Hospital São Vicente de Paula, para desafogar os atendimentos no HM. No entanto, a Prefeitura ainda não informou a data de reabertura do São Vicente.

O objetivo da Prefeitura é a transferência temporária da maternidade do Hospital Municipal para o São Vicente, abrindo mais espaço na unidade pública para o tratamento da covid-19. Os novos leitos abertos no hospital público serão, a princípio, clínicos, e não leitos de UTI. O motivo seria para retirar pacientes com covid que estão na Policlínica Central aguardando vagas de leito clínico.

Situação caótica

André lamentou a atual situação da saúde pública e pediu a compreensão dos prefeitos da região Leste de Minas. “A situação está muito além do que se imagina. Nós, hoje, além de não termos leitos de UTI Covid, já não temos mais leitos clínicos. Chegou, então, a um colapso. Hoje aconteceu uma reunião com os 51 municípios pactuados com o Hospital Municipal. Nivelamos com todos os prefeitos a nossa preocupação, que já era de calamidade e agora é caótica”, disse.

O prefeito também comentou sobre a determinação do Governo de Minas de prorrogar a onda roxa até o dia 11 de abril. “Sempre fomos a favor do equilíbrio entre economia e saúde, mas chegamos a um ponto em que, infelizmente, não adianta economia se não tivermos vidas, e muitas estão sendo perdidas”, ressaltou.

A secretária municipal de Saúde, Caroline Sangali, fez um apelo para a adesão de todos às orientações de segurança sanitária. “A população, infelizmente, ainda busca atendimento ficha verde na Policlínica, sendo que poderia procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do seu bairro. Isso gera mais aglomeração e esgotamento dos profissionais de saúde. Hoje tem 40 pessoas internadas. Faço um apelo à população para que procure sua UBS, e só procure em casos graves”, salientou a secretária.

O promotor de Justiça Randal Bianchini esteve presente na coletiva e falou das dificuldades enfrentadas pelo município para a abertura de novos leitos. “Estamos vivendo o pior momento da pandemia em Governador Valadares. O Ministério Público vem acompanhando de perto desde o início da pandemia as ações do Estado e do município no enfrentamento à pandemia. O Município, juntamente com o Estado, conseguiu implantar 58 leitos de UTI, viabilizados por recursos do Estado. Mas chegamos ao limite”, afirmou.

Novos leitos no Bom Samaritano

Segundo Bianchini, a viabilização de novos leitos de UTI no Hospital Bom Samaritano está próxima de acontecer. No entanto, o município esbarra na falta de insumos e profissionais de saúde na área de UTI Covid. “A Prefeitura está tentando ampliar mais 10 leitos no Hospital Bom Samaritano, mas hoje é importante que a população saiba que o que falta é material humano: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, e insumos para o tratamento de pacientes. O MP vem cobrando o atendimento daqueles pacientes que não conseguiram ser atendidos dentro do HM ou do Hospital Bom Samaritano. Esses pacientes estão na fila de espera no SUS/Fácil para regular para outras regiões. Porém, esse problema é em todo o Estado”, diz.

Hospital São Vicente

O assunto principal abordado na coletiva foi a reabertura do Hospital São Vicente, que está de portas fechadas há quase três meses, devido a irregularidades fiscais e sanitárias. A administração reforça que trabalha dentro da legalidade para viabilizar as adequações necessárias da unidade. “Fizemos essa requisição; iremos assumir o Hospital São Vicente. O custeio queremos compartilhar com o Estado e a União. Estamos tomando providência para liberar mais leitos do Hospital Municipal e transferir a maternidade para o São Vicente. Vamos andar em dia com as questões sanitárias e abrir 50 leitos de maternidade”, explicou André Merlo.

Hospital São Vicente está de portas fechadas há quase três meses devido a irregularidades fiscais e sanitárias

Com dificuldade de conseguir profissionais na área da saúde, o Poder Executivo pensa em aproveitar também os servidores do Hospital São Vicente. “Está sendo analisada juridicamente na área trabalhista a desvinculação dos servidores da atual administração do Hospital São Vicente, e se quiserem ser contratados pelo Município, porque precisamos da contratação da mão de obra. Mas neste primeiro momento nós iremos usar os nossos profissionais”, afirmou.

Também estiveram presentes na coletiva o vice-prefeito e o secretário de Governo, David Barroso, o deputado Hercílio Coelho Diniz, o vereador e líder de bancada Paulinho Costa, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jaeder Campos, e o procurador geral do Município, Elias Souto.

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