Representantes de bares e restaurantes protestam por causa do decreto municipal

Cerca de 30 pessoas participaram da manifestação em frente à porta da Prefeitura de Valadares ontem

Ontem um grupo de representantes de bares e restaurantes realizou uma manifestação em frente à sede da Prefeitura de Valadares. Cerca de 30 pessoas participaram do movimento, que tinha o objetivo de protestar contra o decreto municipal, que, segundo os manifestantes, atinge o comércio no período noturno.

No novo decreto municipal anunciado ontem (15), pela Prefeitura de Valadares, dentre as medidas mais restritivas nas atividades comerciais consta a limitação de horário de funcionamento de bares e restaurantes, de segunda a sexta, entre 5h e 20 horas, não sendo permitida a abertura destes estabelecimentos nos fins de semana. Além disso tem a onda roxa, que entrará em vigor a partir de amanhã (17) em todo o Estado, de acordo com o programa Minas Consciente.

Uma das pessoas que estavam na manifestação é sócia-proprietária de uma pizzaria no centro da cidade. Leide Ramalho entende que o decreto é injusto para quem trabalha no período noturno, e mesmo com os estabelecimentos fazendo a higienização, estão sendo prejudicados por serem impedidos de trabalhar. “A manifestação foi para mostrar que não concordamos com o decreto, não tem base e não está sendo justo. A fiscalização tem ido só no segmento noturno. A gente está se sentindo marginalizado, mas as grandes empresas não têm acontecido isso. No restaurante limpamos e higienizamos as cadeiras e mesas quando sai um cliente e entra outro. Até fiz uma live dentro do ônibus para mostrar que isso não acontece, pois as pessoas sentam na mesma cadeira, sem distanciamento, sempre lotado. Por que o ônibus pode circular e o restaurante que é mais limpo e tem higienização, não pode? A luta é por um hospital de campanha e por um decreto justo”.

Leide Ramalho relembrou a situação da detenção do empresário Rafael Chagas, proprietário de um restaurante de comida japonesa no Centro, no último fim de semana. Segundo ela, isto não poderia acontecer, pois os empresários do ramo não podem ser considerados marginais. “Na situação do Rafael, eu tive lá dando apoio junto com outros empresários, pois não concordamos com o decreto. No último sábado não deixamos fechar o estabelecimento dele, exatamente porque é um decreto injusto, e no domingo acompanhamos o momento da prisão dele, e na nossa visão é muito triste. É como se ele fosse um bandido saindo algemado como se representasse um perigo para sociedade”.

A Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV) foi procurada pelo DRD para saber qual é o posicionamento da instituição diante do contexto do novo decreto municipal e também sobre a onda roxa, que entrará em vigor em todo Estado. “É com muita preocupação que acatamos a decisão do Governo estadual que coloca, de forma impositiva, a nossa cidade e o nosso comércio dentro da onda roxa do Programa Minas Consciente. É inegável que temos que priorizar a vida. Enquanto entidade de classe mobilizamos e até colaboramos com a Justiça para que tudo funcionasse dentro dos padrões de segurança aqui, mas o número de casos aumentou de forma acelerada, principalmente após o carnaval, momento em quem muitas pessoas viajaram, fizeram festas, aglomeraram, lotaram as praias e esqueceram que estamos atravessando uma pandemia”, disse Jackson Lemos, presidente da ACE-GV.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Governador Valadares (CDL-GV) também foi procurada, mas até o fechamento da matéria não havia respondido.

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