Mudança foi impulsionada pelo aumento nos atendimentos pediátricos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu realizar uma mudança na estrutura do Pronto Socorro Infantil (PSI). O atendimento pediátrico está sendo no Anexo do HMGV (Antiga Policlínica). O objetivo é aumentar o número de leitos e priorizar a saúde da população, especialmente das crianças que já se encontram internadas.
Segundo a SMS, o Hospital Municipal de Valadares registrou um aumento de mais de 239% na procura por atendimento pediátrico. Em janeiro o HMGV registrou 1.947 atendimentos no Pronto Socorro Infantil (PSI), sendo 12,73% desses considerados potencialmente graves. Já neste mês de maio, até o dia 24, foram contabilizados 3.066 atendimentos pediátricos, sendo 10,3% considerados graves.
De acordo com o diretor executivo do Hospital Municipal, Kleper Alexandre Reis Júnior, a maior parte das crianças que procuram atendimento está com doenças respiratórias. Dentre as possíveis causas para o aumento elevado estão a pequena adesão à Campanha de Vacinação contra a gripe e as baixas temperaturas registradas em Valadares nos últimos dias.
“Houve a onda de frio na semana passada, e a partir daí a população passou a procurar mais o hospital, principalmente para atendimentos pediátricos. A onda de frio pegou todos de surpresa e aumentou os números de casos de bronquiolite e pneumonia em crianças”, afirmou o diretor.
Mudança na estrutura
O aumento na demanda pediátrica impulsionou a mudar o Pronto Socorro Infantil da rua Teófilo Otoni, no centro de Valadares, para a rua São João, na antiga Policlínica. De acordo com o diretor do Hospital Municipal, com a mudança, o número de leitos infantis quase dobrou.
“Antes tínhamos cerca de 22 leitos na pediatria e agora estamos com quase 40. No final do mês de abril foi aberta a UTI pediátrica, contando com 10 leitos, o que também ajudou a diminuir a superlotação. Atendemos toda a região e a pediatria do hospital virou referência para todo o leste mineiro”, disse o diretor.
A mudança só foi possível porque o anexo da Policlínica já possui redes de gases e estrutura compatível para os atendimentos e observação das crianças. O local foi mapeado pela equipe do Hospital e conta com uma sala para triagem, dois consultórios médicos, duas salas para observação, uma sala de medicação e uma sala de estabilização para atendimento da Pediatria (PSI).
Além disso, segundo Kleper Reis, a mudança não trará nenhum prejuízo para o atendimento dos adultos, que acontece na mesma estrutura física. O diretor ainda reforçou que uma forma de evitar a superlotação do hospital é os pais ou responsáveis levarem as crianças primeiro aos postos de saúde mais próximos:
“Atenção básica é procurar um médico do posto de saúde mais próximo para atender as crianças, e trazer para o hospital caso esteja em estado mais grave. Sugiro ainda que elas não devem ir à escola para não transmitir o vírus e nem correr o risco de pegar infecções mais graves, tendo em vista que se encontram com a imunidade baixa”.
Baixa adesão à vacina da gripe
Em Valadares, das 16.145 crianças de seis meses a quatro anos, 11 meses e 29 dias que deveriam ser imunizadas, apenas 2.826 receberam a dose contra a influenza, ou seja, apenas 17,5% do público-alvo da campanha.
A segunda etapa da campanha de vacinação contra a gripe vai até o dia 3 de junho. As doses da vacina estão disponíveis para crianças entre seis meses e menores de cinco anos.
“Estamos fazendo o possível para melhorar essa situação e é de extrema importância que os pais entendam que é crucial levar os filhos para se vacinarem. Estamos em um momento de sazonalidade, em que o aumento já era esperado, mas, ainda assim, precisamos que a vacinação esteja em dia na cidade. A procura pelas vacinas de gripe e da covid-19 ainda está baixa. A imunização reduz os riscos de novas crises gripais. Contamos com a colaboração da população”, afirmou o diretor.