Novo decreto entrou em vigor nesta sexta-feira e possibilitou o retorno de atividades que estavam restritas na cidade
A Prefeitura de Valadares divulgou ontem (21) decreto que instituiu novas regras para o funcionamento do comércio e prestação de serviços na cidade, o qual já entrou em vigor hoje (22). Profissionais de várias áreas que não conseguiam exercer a profissão enquanto o município estava classificado na onda vermelha do Minas Consciente comemoraram a flexibilização.
A autonomia de criar as próprias regras no enfrentamento à pandemia veio após o Supremo Tribunal Federal (STF) garantir ao município a revogação da adesão de Valadares ao Programa Minas Consciente, em decisão publicada no dia 16 de dezembro do ano passado. Já o novo decreto foi definido ontem pelo Comitê de Situação Epidemiológica, e colocou o município no Nível de Alerta Alto. Nas próximas semanas será definido se a classificação continuará ou se mudará para Nível de Alerta Baixo, após análises de dados referentes à covid-19 em Valadares.
Breno Coelho é profissional de educação física e destaca que as academias nunca deveriam ser proibidas de funcionar, já que, segundo ele, atividades físicas são uma forma de promover saúde.
“As academias deveriam estar funcionando há muito tempo, pois são um ambiente de promoção de saúde. A questão de contato dentro delas não é maior do que o que acontece em outros lugares, como supermercados e ônibus, por exemplo. É muito importante a volta do funcionamento das academias, pois as pessoas que eram assíduas e deixaram de frequentar perderam saúde. Na minha opinião, a proibição de nossa atividade agravou o problema, pois pessoas que estavam saudáveis e praticavam atividades físicas e com sistema imunológico ótimo foram ‘jogadas’ para baixo. Isso, para mim, foi andar para trás, mas a volta da permissão de trabalhar é um avanço”, avaliou o educador físico.
O proprietário de uma barbearia no bairro Esplanada, Othon José Damasceno Bessa, entende que o novo decreto corrige uma injustiça contra vários profissionais que estavam impedidos de trabalhar.
“O decreto trouxe um pouco mais de isonomia aos setores econômicos da cidade, condição esta que foi totalmente perdida pelo método adotado pelo Minas Consciente. Fechar por completo as empresas é uma atitude irresponsável por parte dos governantes, não teve eficácia que se justifique no combate à pandemia e ainda quebrou várias micro e pequenas empresas”, disse Bessa.
Rui Maurício é proprietário de uma loja de roupas no centro da cidade. Para o empresário, essa decisão divulgada no novo decreto, de poder funcionar com 1/3 da capacidade do local de trabalho, já poderia existir desde o início da pandemia.
“Vejo como a melhor e mais acertada decisão desde o início da pandemia, em março do ano passado. Equidade entre setores com controle de tráfego, permitindo que economia e saúde andem juntas, de forma justa. Não tenho dúvidas de que Governador Valadares vai sobressair positivamente em ambas as frentes, em relação a outros municípios de Minas Gerais”, disse, confiante.
O músico Christyan Lima explica que a restrição de atuação dos músicos era muito prejudicial. Inclusive, a situação estava ficando insustentável financeiramente. Com o novo decreto, ele já conseguiu fechar as agendas para os próximos dois finais de semana.
“Achei muito importante a flexibilização das atividades musicais, mesmo com os números expressivos em nossa cidade. A classe artística foi uma, ou a única, sem trabalhar há praticamente um ano e sem recursos. Para muitos de nós, está ficando insustentável financeiramente. Espero que a população siga as normas de cuidado, distanciamento/máscara/higienização, para que dure mais tempo essa flexibilização”, almeja o músico.
