Instituído no dia 27 de julho de 1972, o Dia Nacional de Prevenção ao Acidente de Trabalho foi criado com a finalidade de evidenciar a necessária importância de estimular um ambiente de trabalho seguro para todos os funcionários.
Mesmo após 49 anos desde a instituição da data, os acidentes de trabalho continuam em alta. Só em 2020 foram notificados ao Ministério da Saúde 40% a mais de registros, conforme o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
Mesmo com esse crescimento, profissionais e especialistas consideram que houve um avanço no campo da segurança do trabalho nos últimos anos. Nota-se que empregadores e empregados vêm se preocupando mais com a segurança e proteção nos locais de trabalho, mesmo ainda tendo muitos pontos a evoluir.
“Felizmente, já tivemos avanços no que diz respeito à preocupação com a integridade física e a saúde dos profissionais, mas ainda temos muito o que progredir. A lacuna existente entre o que é estabelecido pelas legislações e normas regulamentadoras e o que é implementado na prática diária das empresas precisa ser reduzida. A participação e a colaboração de todos favorecem para que a segurança do trabalho seja respeitada como uma filosofia e estilo de vida”, explana a mestre em gestão integrada do território e engenheira de segurança do trabalho Graciela Oliveira.
Segundo a engenheira, investir em segurança do trabalho, além de ajudar a prevenir acidentes, também pode gerar lucros e bons retornos para empresas e a sociedade como um todo. “Estatísticas mostram que o investimento em Segurança do Trabalho tem uma proporção de 1 para 4, ou seja, a cada 1 real investido em prevenção, temos 4 reais de retorno para a empresa e a sociedade. Esse retorno é resultante da redução dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, dos custos do Estado com os acidentados, do absenteísmo e presenteísmo; aumento da produtividade e melhoria da imagem da empresa diante dos consumidores, mas, principalmente, preservação de vidas.”
Um campo de trabalho em crescimento, mas com muitos desafios
Formado em curso técnico em Segurança do Trabalho há quase três anos, Daniel Lucas entende que, mesmo com a demanda de profissionais crescendo, um dos principais desafios é fazer com que as pessoas – empresários ou funcionários – entendam a importância do investimento para manter o local de trabalho seguro para todos.
“Fazer com que os empreendedores e empregados entendam a importância de cumprir todas as normas de segurança regidas pelas normas regulamentadoras, sem dúvidas. Muitos funcionários se recusam a usar EPI, muitas vezes, por exemplo. O empregador também, por não julgar como um serviço importante e ver o profissional de segurança do trabalho apenas como um gasto a mais na folha de pagamento. Assim, não contrata apenas para possuir mais dinheiro no fim do mês, mesmo que isso custe a segurança dos seus empregados”, analisa Daniel.
Pequenas práticas podem prevenir acidentes graves
A conscientização da segurança no trabalho é essencial para que todos os envolvidos se sintam seguros. Para isso, especialistas sugerem a introdução de quatro pequenas medidas durante o expediente, para o auxílio na prevenção de acidentes:
- Entender a importância dos equipamentos de proteção individual (EPIs)
- Ter um preparo adequado para lidar com imprevistos
- Evitar improvisos em qualquer hipótese
- Cumprir todas as normas regulamentadoras
