Professora da UFJF-GV tem pesquisa publicada em revista internacional de psicologia

Isolamento social, problemas econômicos, insegurança em relação ao futuro da doença e às medidas de combate à covid-19. Estes componentes funcionam como verdadeiros estopins para transtornos mentais e podem desencadear estresse, ansiedade e sintomas depressivos. Preocupada com esse contexto, uma professora do Departamento de Ciências Básicas da Vida (DCBV) do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF-GV) resolveu investigar o impacto da pandemia na saúde psicológica da população e identificar estratégias protetoras. Os resultados chamaram a atenção da Health Psychology and Behavioral Science, revista oficial da Sociedade Europeia de Psicologia da Saúde, que publicou o artigo em seu volume 9.

O estudo de Fernanda de Oliveira Ferreira – desenvolvido em parceria com pesquisadores de outras três instituições: universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e da Bahia (UFBA), além da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública – ouviu 1130 pessoas em 20 estados brasileiros. Por meio de um questionário on-line, os participantes responderam a testes validados de ansiedade, depressão e estresse e “Escala de Coping” (que verifica os pensamentos e ações utilizados para enfrentar eventos adversos).

Os resultados apontaram que estratégias de fuga (evitar pensar na pandemia) e confronto (reagir agressivamente) aumentam as chances de apresentar estresse, depressão e ansiedade. Além disso, identificou que uma reavaliação positiva reduz a probabilidade de prejuízos a saúde mental.

Na avaliação de Ferreira – que é psicóloga, com mestrado na área de psicologia do desenvolvimento – embora existam diversos estudos mostrando o quanto a saúde mental da população mundial foi impactada pela pandemia, a “grande contribuição” da sua pesquisa é mostrar que há estratégias eficazes na redução dos níveis desses transtornos, e que foram “efetivos independentemente do nível socioeconômico”.

Ainda de acordo com a docente, “pessoas que já possuíam algum diagnóstico de transtorno mental prévio (ansiedade ou depressão, por exemplo) não estão conseguindo utilizar estratégias eficazes para reduzir o seu impacto e, por esse motivo, esse grupo apresentou um maior prejuízo da saúde mental”. E finaliza afirmando a “relevância de se oferecer suporte psicológico baseado em evidências científicas, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população.”

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