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No Twitter, Bolsonaro faz campanha a favor da Cloroquina

Medicamento é testado em vários países como possível tratamento para Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem usado seu perfil no Twitter para fazer publicações em defesa da Cloroquina e da Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Na manhã desta quarta-feira (8), Bolsonaro voltou a publicar sobre o assunto e chegou a afirmar que dois “médicos renomados do Brasil” estariam escondendo o que teriam usado para se curar do novo coronavírus.

Os dois médicos seriam o infectologista David Uip e o cardiologista Roberto Kalil Filho, que recebeu alta nesta quinta-feira (8), depois de 10 dias de internação. Logo depois de sair do hospital, Kalil teria admitido o udo da Cloroquina em seu tratamento, combinada com outros medicamentos.

No mesmo post, Jair Bolsonaro afirma estar atuando em defesa do uso da Cloroquina há 40 dias. Em resposta, além de vários comentários favoráveis, o presidente também teve aqueles que questionaram a veracidade da informação. “Presidente, que eu saiba o senhor mencionou a Hidroxicloroquina apenas no dia 21 de março, dois dias após o Trump mencionar”, comentou um seguidor.

Uma das publicações do presidente em sua conta no Twitter

A fala se refere ao pronunciamento feito pelo presidente dos Estados Unidos no dia 19 de março. Donald Trump afirmou que hidroxicloroquina era um tratamento possível para o novo coronavírus, o que provocou uma corrida mundial às farmácias, em busca do medicamento.

No Brasil, a divulgação resultou na escassez do remédio por drogarias de todo o país, até mesmo para os pacientes que já fazem uso da hidroxicloroquina para tratar outras doenças. Isso levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a mudar a forma de venda do medicamento, que agora só pode ser comprado com retenção de receita.

Ainda assim, a Hidroxicloroquina, que é usada no tratamento do Lupus, da Artrite-reumatoide e da Malária, continuou faltando nas farmácias. “Nós tínhamos um estoque baixo, porque este medicamento é pouco procurado. Assim que a notícia saiu, o estoque acabou. Nós tentamos fazer pedidos com os distribuidores, mas eles foram cancelados, porque toda a produção deles foi direcionada para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou o atendente de uma farmácia em entrevista ao DRD no dia 24 de março.

Além de Jair Bolsonaro, outro nome que tem usado o Twitter para comentar sobre o uso da Cloroquina é o assessor especial do presidente, Arthur Weintraub. Confira uma das publicações:

Arthur Weintraub, Assessor Especial do Presidente Jair Bolsonaro

Liberação do Ministério da Saúde

Os primeiros estudos sobre o uso da Cloroquina no tratamento da Covid-19 foram divulgados em março, um na revista Nature e outro na Méditerranée Infection, com testes que foram realizados em hospitais, em pacientes monitorados.

Apesar da eficácia aparente, médicos e pesquisadores do mundo inteiro alertaram para que as pessoas não usassem o medicamento de forma independente, sem acompanhamento médico, já que até mesmo a Hidroxicloroquina, uma versão menos tóxica da Cloroquina, que era facilmente comprada, pode apresentar efeitos colaterais graves com o uso incorreto.

Depois de realizar estudos e avaliações, o Ministério da Saúde optou por liberar o uso da Cloroquina no Brasil apenas para o tratamento de pacientes com Covid-19 em estado grave. Para isso, no entanto, os pacientes deveriam estar hospitalizados. A nota informativa do Ministério traz a dosagem do medicamento e outras orientações que devem ser seguidas para o uso. A publicação oficial aconteceu no dia 27 de março.

Posicionamento da Anvisa

A Anvisa, responsável por regular a circulação de medicamentos no país, já afirmou, em várias notas e publicações, que está trabalhando para averiguar a segurança do uso da Cloroquina, já que os estudos sobre o medicamento no tratamento da Covid-19 ainda não são conclusivos.

O primeiro estudo em território brasileiro foi liberado pela Agência no fim de março. Batizada de Coalizão Covid Brasil, a pesquisa, que envolve mais de 1,3 mil pacientes e 70 hospitais, deve ter resultados em três meses.

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