Mesmo com retorno de aulas presenciais, comerciantes indicam movimento fraco por procura de material escolar em Valadares

Situação de baixa procura vem desde o início da pandemia

A retomada das aulas presenciais em algumas escolas particulares, na última segunda-feira (3), não teve impacto na procura por material escolar. De acordo com alguns comerciantes que foram ouvidos pelo DRD, desde o início da pandemia, as vendas foram muito baixas e a procura dos clientes atualmente é por materiais básicos, como cadernos, lápis e caneta, apenas para reposição.

O ano letivo de 2021 começou com ensino remoto no estado de Minas Gerais, devido ao decreto da onda roxa. O comércio também teve as restrições, e aquele movimento de pais com listas de material escolar não aconteceu como esperado, segundo os comerciantes. E mesmo com o retorno das aulas presenciais nesta semana a situação não melhorou.

Cláudia do Vale é proprietária de uma papelaria na rua bárbara Heliodora, no centro de Valadares. Ela relata que o mercado de material escolar tem sofrido bastante há um ano, e o que tem acontecido mesmo é a procura por reposições. “Aquela volta às aulas que nós donos de papelaria todo ano aguardamos, que seria o nosso ‘natal’, já tem dois anos que praticamente não temos, pois ano passado foi fraco. E este ano não teve mesmo. O que acontece é a procura de coisas pontuais, o que é normal durante o ano, que são reposições, um caderno, uma caixinha de lápis de cor, caneta, dentre outros. Mas aquela situação de os pais chegarem com aquelas listas de material escolar dos filhos no início do ano letivo não aconteceu. A parte de material de escritório teve um leve acréscimo de percentual nas vendas, mas na parte de atendimento ao comércio, especificamente de material escolar, caiu demais.”

O gerente de outra papelaria também localizada na rua Bárbara Heliodora, Mauro Souza, indicou que o movimento tem sido fraco, se for comparar com anos anteriores no mesmo período. “Ainda está bem fraco, se comparado com os outros anos. As aulas voltaram e depois veio a onda roxa e tivemos que adaptar as vendas através de aplicativo de mensagem, o que nos ajudou um pouco. Agora, neste período específico, o material de escritório tem uma melhor saída, mas ainda tem gente que procura material escolar. O que sai mais são as coisas mais básicas, como caderno, lápis, borracha e caneta, que seriam para reposição mesmo. E ainda vejo que as pessoas buscam pelo preço mais em conta mesmo. Esses dias até teve um cliente com lista para comprar material escolar, mas, devido à pandemia, esta procura caiu muito, infelizmente.”

O gerente Mauro Souza explica que os clientes têm buscado por materiais básicos, como caderno, lápis e caneta (Foto: Fábio Velame)

O publicitário Tico Ribeiro tem dois filhos que estudam no Colégio Ibituruna: Clarice, que está na educação infantil, e Vicente, que faz o 3º ano do ensino fundamental I. De acordo com ele, a escolha por renovar alguns materiais escolares dos filhos é no sentido de incentivá-los nos estudos, mas ressalta que o gasto deste ano foi menor do que ano passado. “Em relação ao material escolar, optamos por comprar cadernos novos para dar um incentivo à mudança de ‘ano’, já que temos o hábito de encapar os cadernos de forma personalizada, usando um tema escolhido pelos filhos, com o ano e a matéria que vai ser utilizada no material. Houve redução nas compras de materiais como lápis de cor, canetinha e cola, por exemplo. Utilizamos o que já tínhamos em casa. Não investimos em uniforme, tênis e meia, e vamos deixar somente para quando as crianças voltarem presencialmente. Já a escola não fez nenhuma exigência, inclusive a lista de material deste ano foi bem mais enxuta.”

Mesmo com a possibilidade de poder retornar à sala de aula, Tico Ribeiro preferiu que o filho continuasse com o ensino remoto (Foto: Tico Ribeiro)

Veruska Rodrigues Moreira tem uma filha, Lhuyse Moreira Nogueira, que estuda no 6º ano do ensino fundamental II da Escola Estadual Prefeito Pedro Nascimento. Ela relata que os materiais do ano passado, principalmente cadernos, foram usados bem pouco, e por causa da utilização do Plano de Estudos Tutorados (PET), material para ensino remoto das escolas estaduais, ela tem escolhido imprimir, para que a filha não precise ficar copiando no caderno as questões. “O material adquirido no ano passado praticamente não foi usado, pois, a partir do momento que as aulas começaram a ser remotas, passamos a usar o PET. Os cadernos do ano passado estão em casa com apenas algumas folhas usadas. Não compensa ficar copiando neles, pois no PET é como se fosse um livro. Ano passado já gastamos com a lista de material escolar e este ano não precisou. O PET, ou você imprime ou sai copiando. Mas como os pais geralmente trabalham fora, não têm tempo de ficar copiando; eu envio para impressão. O primeiro PET, do mês passado, o custo de impressão ficou em 16 reais, e o do segundo bimestre ficou em R$ 21,90. Por praticidade, eu prefiro mandar imprimir.”

Lhuyse utilizando o material do PET impresso na realização de uma atividade escolar (Foto: Juninho Nogueira)

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