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Fevereiro será de chuvas rápidas e intensas e temperaturas elevadas no Vale do Rio Doce

FOTO: Gráfico Inmet

GOVERNADOR VALADARES – O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou as previsões climatológicas para o mês de fevereiro na Bacia do Rio Doce, trazendo informações valiosas para os municípios da região. De acordo com os dados da Normal Climatológica, que compreendem o período de 1991 a 2020, no mês de fevereiro há uma variação pluviométrica (de chuvas) significativa.

Sendo assim, historicamente a distribuição da precipitação média para a bacia, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Leste fica entre 100,0 mm a 140,0 mm. Enquanto o restante da bacia, incluindo Conceição do Mato Dentro, Ipatinga e Governador Valadares, os registros são de precipitação entre 140,0 mm e 180,0 mm. A interpretação e análise dos dados foram feitas pelo professor Fulvio Cupolillo, da área de Geografia/Climatologia do IFMG – Campus Governador Valadares.

Anomalia de precipitação

Quanto à precipitação total prevista para fevereiro identifica-se uma tendência de variação de 130,0 mm a 230,0 mm. Os municípios do Sudoeste e Oeste, como Conceição do Mato Dentro, podem enfrentar chuvas mais intensas, variando de 200,0 mm a 230,0 mm. Já no Sul e Centro-Oeste, a expectativa é de precipitação entre 160,0 mm e 200,0 mm.

A anomalia de precipitação – que é a variação positiva ou negativa tendo como comparativo a média histórica – revela tendências positivas, com variações de 50,0 mm a 200,0 mm acima da média em toda a bacia. Essas chuvas podem ser influenciadas por fatores estáticos, como a localização geográfica da bacia e regiões de maior altitude.

Além disso, os sistemas atmosféricos que se formam nas baixas e médias latitudes, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a Zona de Convergência de Umidade (ZCOU), contribuem para a ocorrência de chuvas. As frentes frias também desempenham um papel importante, podendo causar tempestades, raios e trovões, com possíveis impactos como alagamentos e quedas de árvores.

Forte aquecimento continental

Fulvio Cupolillo destaca que “as chuvas dessa época do ano podem ser também resultantes do forte aquecimento continental que ocasiona uma diminuição da pressão atmosférica e, consequentemente, a convergência dinâmica do ar, ou seja, a subida de umidade, o que favorece a formação das chuvas de verão ou de convergência ou convectivas, ou seja, as chuvas torrenciais – chuvas fortes, rápidas, mas de grande volume e acompanhadas de raios e trovões comuns no final da tarde e início da noite. Entretanto é comum a ocorrência de veranicos entre os meses de fevereiro e março em função da atuação da Alta Subtropical do Atlântico Sul – ASAS – e do Cavado do Nordeste – CN. O ASAS e o CN são sistema e mecanismos de alta pressão atmosférica que traz forte estabilidade atmosférica e subsidência (descida) do ar à superfície, inibindo a formação de nebulosidade e ocorrência de chuvas.

Quanto às temperaturas, os registros de temperaturas máximas dos municípios da Bacia do Rio Doce, os quais variam de 29,8°C em Viçosa a 34,4°C em Aimorés, e também os registros de temperaturas mínimas, variando de 18,6°C em Conceição do Mato Dentro a 23,0°C em Aimorés.

A temperatura média prevista para fevereiro de 2024 varia de 22,5°C a 30,0°C, dividindo a bacia em três territórios térmicos: no sul, sudeste e oeste da bacia (municípios Manhuaçu, Viçosa e Conceição do Mato Dentro), variando de 22,5°C a 25,0°C; na porção central e norte da bacia (municípios de Caratinga, Ipatinga e Governador Valadares) variando de 25,0°C a 27,5°C e no Leste (município de Aimorés) varia de 27,5°C a 30,0°C.

Temperaturas elevadas

Segundo a análise do professor Fulvio Cupolillo, “as temperaturas elevadas resultam, dentre outros fatores, da localização latitudinal da bacia, sua maior proximidade do sol nessa época do ano e, consequentemente, o maior recebimento de radiação. Já a variação nos registros de temperaturas na bacia, tanto em relação à temperatura máxima como em relação à temperatura mínima, resulta da influência de fatores como a altimetria (áreas mais elevadas e mais baixas) e o relevo (rugosidade e inclinação da encosta). Quanto à previsão de anomalias de temperatura acima da média, portanto, positivas, pode-se relacionar tal fato a ocorrência do fenômeno El Niño, que se encontra em fase final, o qual se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico na faixa tropical e tem como principal consequência, na região Sudeste do Brasil, a elevação das temperaturas. Além disso, a atuação do ASAS e do CN também tende a ocasionar acréscimo nas temperaturas”.

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