O advogado e ex-delegado de Polícia Civil do Mato Grosso Arnaldo Agostinho Sottani, de 49 anos, foi preso em Caratinga, Minas Gerais, com R$ 260 mil. O valor estava dentro de uma caixa e a prisão ocorreu durante operação das polícias Militar e Civil, nessa quarta-feira (17), após ex-delegado solicitar uma corrida de transporte de aplicativo do aeroporto até o centro da cidade.
Segundo o tenente Alessandro Moraes, a Polícia Militar recebeu a informação de que havia uma pessoa hospedada em um hotel e que ela estaria na cidade para comprar uma aeronave. O pagamento seria efetuado com dinheiro em espécie.
“Por não ser um fato comum, a Polícia Militar suspeitou de lavagem de dinheiro e de imediato fez contato com a Polícia Civil, repassando as informações para o planejamento de uma ação conjunta”, disse o tenente Moraes.
O delegado regional de Caratinga, Ivan Sales, informou que o alto valor, em cédulas de R$ 50 e R$ 20, estava enrolado em papel filme, o que chamou a atenção dos policiais.
“Essa forma de enrolar em papel filme é típica de quem tem dinheiro de origem ilícita, porque o dinheiro mofa. Então, se não ficar acondicionado para não ter umidade, esse dinheiro vai mofar. Se fosse um dinheiro de origem lícita, certamente estaria em uma agência bancária, o que não era o caso”, destacou.
O segundo indício apontado pelo delegado Sales foi a quantia toda em cédulas de pequeno valor, o que também levanta a suspeita de que seja de origem ilícita. O delegado regional acredita que o dinheiro esteja ligado ao tráfico de drogas.
O terceiro e mais forte indício da origem do dinheiro, de acordo com a Polícia, seja o fato de que em 2016 o ex-delegado foi preso enquanto pilotava um avião transportando 150 kg de cocaína. Durante a prisão ele tentou atropelar os agentes da Polícia Federal com a aeronave e foi ferido com um disparo de arma de fogo.
Os dois pilotos que estavam com Arnaldo também serão investigados. O voo da manhã de ontem, entre Belo Horizonte e Caratinga, teria sido realizado por um piloto com licença de voo suspensa. A ação será informada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
As cédulas foram apreendidas e permanecerão a disposição da justiça.
A Polícia Civil inicia agora as investigações também para descobrir quem é o proprietário da aeronave que seria negociada.
