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Espetáculo premiado volta ao palco do CEU das Artes no dia 13 de março

Cinco pessoas totalmente desconhecidas, que se encontram na estação da Lapa, no Rio de Janeiro, depois de perder o bonde das 23 horas. O cenário boêmio do bairro Santa Tereza e dos arcos da Lapa na década de 70. Um Rio de Janeiro que muitos de nós não conhecemos, mas que Chico Buarque certamente conheceu bem — e que ainda serviu de inspiração para várias músicas do cantor.

É nesse cenário com essas músicas que ambientam as cenas de Procura-se por um amor que goste de Chico Buarque, o espetáculo de estreia do grupo Libre Thèâtre, que está de volta em Valadares nos dias 13, 14 e 15 de março. As apresentações serão às 20 horas, no CEU das Artes, que fica localizado na avenida Tancredo Neves, Santa Efigênia, em Governador Valadares. Os ingressos para os três dias de espetáculo podem ser comprados online, pelo Sympla, ou na portaria.

Espetáculo de grupo valadarense já foi apresentado em vários festivais mineiros – Foto: facebook

De acordo com o ator e co-fundador do grupo, Álisson Gonçalves, a peça é uma celebração ao amor e à vida, um grito em nome daqueles que buscam por aquilo em que acreditam. “Na história, os personagens defrontam-se com suas histórias em uma viagem através das canções de Chico. Nós sempre deixamos esse questionamento ao público: todo mundo procura por alguma coisa, e você, o que procura?”.

O espetáculo estreou em dezembro de 2017, com três apresentações em GV. No ano seguinte, o Libre saiu em turnê por vários festivais de Teatro de Minas Gerais. “Estivemos em Ubá, Passos, Guaranésia, entre outros lugares. Voltamos pra casa com sete prêmios e tivemos mais sete indicações”, conta Álisson.

O diretor e autor de Procura-se é o valadarense Douglas Leite, que assina várias peças de teatro que já estiveram nos palcos de Valadares, com diferentes companhias.

Investir no teatro profissional, mas sem perder a liberdade

Foi dessa ideia que surgiu o Libre Thèâtre, no dia 21 de novembro de 2016. Os três fundadores queriam progredir na área artística, sem limitações. “Nós somos um grupo que quer se expressar, trabalhar como e onde quiser”, destaca o ator Álisson Gonçalves, que é um dos fundadores.

Foto: facebook

Álisson começou a atuar aos 7 anos de idade, com teatro amador. Aos 19 anos começou a trabalhar como facilitador cultural, com adolescentes no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), onde criou e dirigiu diversas apresentações teatrais. No teatro profissional, começou com a companhia de teatro valadarense Katarriso, com a qual trabalhou por quatro anos.

Ao lado de Álisson, estão as atrizes Nicolle Sá e Lidiane Oliveira. Nicolle começou a carreira como atriz aos 14 anos de idade, com o grupo teatral Ruah. No ano de 2004, passou a integrar a Katarriso, com a qual atuou em vários espetáculos durante 14 anos.

Já Lidiane começou no teatro como uma brincadeira, e acabou tomando gosto pela coisa. Ingressou pela primeira vez em uma companhia de teatro em 2011, começando como amadora, até conseguir o registro de atriz profissional. Lidiane também fez parte da Katarriso, que foi onde os três fundadores do Libre Thèâtre se conheceram.

Hoje, com pouco mais de três anos de existência, o grupo celebra as conquistas e investe para elevar o nível das produções. “Nós trabalhamos com pesquisa aprofundada, investimos bastante na preparação, e miramos sempre no máximo do profissionalismo”, afirmam.

Os três fundadores do Libre Thèatre em cena: Lidiane Oliveira, Álisson Gonçalves e Nicolle Sá – Foto: facebook

Carreiras paralelas ao teatro

Como nem tudo são flores, o grupo precisa enfrentar as dificuldades de fazer teatro em uma cidade que não tem, no momento, um eixo cultural forte. “Fazer teatro é sempre um desafio e uma resistência. A gente faz porque gosta muito, porque acreditamos na causa e queremos levar isso a sério, e porque a cidade carece disso. Nosso público também faz com que a gente acredite nisso. E isso dá mais ânimo nessa luta de resistência”, afirma Álisson Gonçalves.

Apesar de investirem no teatro de forma profissional, os três membros do Libre precisam manter também outras carreiras. Álisson é arquiteto, Nicolle é pedagoga e professora, e Lidiane é contadora. Nas palavras de Álisson, “não dá pra viver só do teatro ainda. Até tem gente que consegue, mas Valadares é uma cidade pequena então isso fica ainda mais difícil”.

Além dos membros fixos, o Libre Thèâtre também tem três atores convidados: Ademir Martins, que é produtor cultural, fotógrafo, jornalista em formação, e ator há mais de nove anos; Kevin Figueiredo, que é psicólogo e diretor do Departamento de Cultura da prefeitura de Valadares; e Tayanne Medeiros, que é formada em teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais e também é arquiteta.

Outros espetáculos

Além da peça que entra em cartaz no Ceu das Artes no dia 13, o Libre Thèâtre também apresenta um outro espetáculo: o Abate, que é escrito e dirigido por Mayara Cruz, de Teófilo Otoni. Com esse segundo espetáculo, que estreou em novembro de 2019, o grupo já foi selecionado para participar do Festival Nacional de Teatro de Ubá.

Ceu das Artes, no bairro Santa Efigênia – Foto: Dió Freitas / SECOM-GV

“Nós temos um apoio bacana da prefeitura, com o local de ensaios e apresentações, que é o CEU das Artes, e também costumamos conseguir o transporte para participar dos festivais que são em outras cidades. Além disso, nós conseguimos alguns pequenos patrocínios que ajudam bastante.  A galera tem muito preconceito com o CEU das Artes, porque fica em um local ‘periférico’, mas o espaço é muito bom, é um teatro de bolso com uma estrutura muito boa, tem camarim, equipamento de som, luzes”, afirmam.

Acima de qualquer dificuldade, o grupo mantém o sucesso e agrada o público: “Já tem gente vindo ver Procura-se pela quinta vez!”.

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