Encomendas de carneiro, leitoa e pernil a pururuca já são feitas nos açougues de Valadares

Representantes de açougues esperam uma alta no número de pedidos na semana que vem, véspera do Natal

Com a proximidade do Natal, muitas pessoas começam a planejar como será a ceia, e fazem as compras também pensando no ano novo. Mesmo com a pandemia, os encontros em família devem acontecer, ainda que em número reduzido. Os empresários do ramo de açougue estão na expectativa de que as vendas de carne aumentem a partir da semana que vem, além das encomendas de carneiro, cabrito, pernil a pururuca e leitoa, que já estão sendo feitas.

O Diário do Rio Doce foi ao Mercado Municipal na tarde desta quinta-feira (17) para verificar os preços e ouvir alguns representantes de açougues sobre o panorama de saída de carnes neste período que antecede o Natal. Uma leitoa inteira pequena pode ser encomendada por R$ 30, enquanto o pernil a pururuca varia de R$15,50 a R$16,50 o quilo. Lagarto recheado, até de R$ 31,90 o quilo, enquanto a alcatra com picanha custa R$ 45 o quilo. Quanto ao carneiro, a pessoa que for ao Mercado poderá encontrar o pernil traseiro a partir de R$45, o carré a partir de R$45, enquanto a paleta, o pernil dianteiro e a costelinha ficam por R$ 35 o quilo.

Breno Laet vislumbra aumento dos pedidos a partir da semana que vem – FOTO: Fábio Velame

Sócio-proprietário de um dos açougues do Mercado Municipal, Breno Laet acredita que na semana que vem o volume de vendas aumentará, pois muitas pessoas deixam para comprar na última hora, mas revela que as encomendas já estão sendo feitas.

“Já temos feito alguns contatos, tendo em vista que o brasileiro, por costume, deixa tudo para a última semana. Clientes já manifestaram o interesse de encomendar cabrito, carneiro, leitoa, além de pernil a pururuca, lombo a pururuca e costelinha a pururuca, carnes mais típicas e pedidas na semana de Natal. Por serem carnes mais nobres, requerem um pouco mais de cuidado. Temos que trabalhar de forma que elas sejam carnes frescas. A expectativa é de que a partir de semana que vem haja uma procura considerável, porque assim tem sido a nossa experiência nos últimos anos. Já as carnes de boi e porco tiveram uma alta há poucas semanas atrás, além da instabilidade no preço de mercadorias, mas a expectativa é de uma boa saída de carnes para churrasco, também na semana que vem”, disse.

Luciano Rocha destaca que carnes para churrasco, além de leitoa e carneiro, são as mais procuradas neste período – FOTO: Fábio Velame

Luciano Rocha é sócio-proprietário de um outro açougue no Mercado Municipal. Ele explica que as carnes procuradas são as mesmas de outros anos, mas em menor escala. Apesar disso, espera conseguir melhores vendas na próxima semana. “As procuras são as mesmas, porém, em menor quantidade. Quem comprava uma leitoa de 15 quilos, hoje quer uma de cinco quilos, levando em conta que temos a expectativa de encontros só de família neste fim de ano. Ninguém quer deixar passar o Natal em branco, mas muitos não querem se expor a aglomerações, e muitos clientes estão pedindo para entregar em casa, ou entregar onde vai ser assada a carne. Sobre as encomendas, as maiores procuras são de carneiro, lagarto e pernil. As carnes para churrasco, como alcatra, contrafilé e maçã de peito, têm saído bem ultimamente. Estamos nos preparando para a semana que vem, na expectativa de que haja um aumento nas vendas.”

Romário Barbosa conta que mais de 20 leitoas já foram encomendadas no açougue – FOTO: Fábio Velame

Funcionário de outro açougue no Mercado Municipal, Romário Barbosa relata que as vendas na semana não estão como o esperado, mas destaca que devem aumentar a partir deste fim de semana. “As nossas vendas estão como a gente esperava, só que temos a expectativa de melhora na semana que vem. Muitos clientes deixam para comprar bem na véspera de Natal, por isso a nossa a esperança é que aumentem as vendas. Até colocamos mais placas no açougue, para divulgação de encomendas. As pessoas procuram muito lagarto recheado, carne de churrasco, como alcatra com picanha, contrafilé e chã de dentro. Também já tivemos encomendas de mais de 20 leitoas e de peças de pernil a pururuca.”

Quem não quer ter trabalho de preparar tudo em casa tem a opção de um serviço que tem uma boa procura na véspera do Natal. O cliente compra a carne e leva a um local para ser assada. Raphael Prates é empresário e chef assador. Ele trabalha há sete anos prestando esse serviço de preparação de carnes e finalização com o processo de assar. “A partir do dia 20 dezembro começam a surgir os primeiros pedidos, e às vezes a pessoa deixa pra última hora e não acha mais vaga para esse serviço no último dia, mas todo ano é sempre assim. Consigo preparar oito leitoas inteiras assadas a fogo de chão por 12 horas, sendo que na última hora viramos o couro para ‘pururucar’, além de 10 pernis inteiros, oito perus, 10 costelas no bafo e 10 costelinhas barbecue. A estrutura cresce de acordo com a demanda, exceto a leitoa, que realmente só são oito.”

Raphael Prates presta serviço de preparação de carne até o processo de assar – FOTO: arquivo pessoal Raphael Prates

Raphael Prates explica que no ano passado não prestou esse tipo de serviço, pois tinha um outro compromisso profissional, mas neste ano está já recebendo pedidos. O cliente que quiser já pode recorrer ao serviço, que vai de R$80 a R$ 200, variação de acordo com a peça a ser assada. Ele detalha como faz a preparação das carnes. “Começo a preparar na madrugada do dia 23 e a pessoa busca na noite do dia 24. A preparação da carne de porco, tanto do pernil inteiro, como da leitoa, uso um tempero só. É um tempero líquido que bato no liquidificador com vinagre, azeite, coentro, cebola, alho, noz moscada, e injeto nas peças para poder o tempero entrar. Se não injetar, às vezes o tempero fica superficial.”

No peru, que geralmente já vem temperado, ele diz que dá “só mais um tempero de ‘dry hub’, um tempero seco que leva sal, pimenta e açúcar mascavo. Para rechear, coloco cebola e pimentão picado, para poder ir soltando a umidade. Quem não souber preparar, esse tipo de carne costuma ficar muito seca. A gente leva no defumador e vai assando por volta de oito horas. A entrega é feita acompanhada de uma farofa de abacaxi, agridoce, bem natalina. A costela no bafo é conhecida como costela gaúcha na nossa região. É temperada só com sal grosso e enrolada no celofane e assada por 12 horas, e quando o cliente vem buscar a pessoa leva ainda uma mandioquinha na manteiga. Temos todo o equipamento especializado para fazer esse tipo de serviço.”

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