O interesse por cursos profissionalizantes e técnicos tem apresentado aumento expressivo nos últimos anos no Brasil. A busca por melhores colocações no mercado de trabalho, capacitação e também iniciativas de empreendimentos tem sido impulsionada em diferentes atuações profissionais. Dados do Censo Escolar 2021, divulgados em janeiro deste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação, indicam que foram realizadas 1.892.458 novas matrículas na educação profissional.
“A aprendizagem comercial e serviços administrativos são bastante procurados. Temos quatro turmas em andamento nesses cursos voltados para administração. A procura por esses cursos é muito grande, para os novos cursos que irão se iniciar ano que vem, e a todo tempo na central há alunos e pessoas buscando novos cursos. O perfil dos alunos é bem variado: temos aqueles que estão no mercado de trabalho e estão procurando se aperfeiçoar a todo momento, e aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho”, informou Cláudia Queirós, professora dos cursos de Gestão no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), em Governador Valadares.
Em outra instituição da cidade focada na formação profissional, a procura por cursos de capacitação tem sido intensa também, principalmente na área de tecnologia. No curso de manutenção de celulares, com duração de seis meses, somando os períodos da manhã, tarde e noite, são quatro turmas com 18 alunos.
“Aqui os alunos aprendem desde o mais simples, como a desmontagem do celular, entendimento das peças e coisas do tipo, até a parte de reparos em placas. Tudo isso a gente faz dentro de sala de aula, além da parte de lidar com software também. É um curso que tem bastante demanda na nossa cidade, até porque é um negócio que se sustenta muito rápido, é uma forma rápida de você entrar no mercado de trabalho”, explicou Matheus Lopes, instrutor do curso profissionalizante de manutenção em celulares.
O perfil dos alunos é bem diverso, desde adolescentes interessados em conhecer mais sobre tecnologia a adultos que querem investir em um negócio próprio. O caso do Ális Emanuel, de 20 anos, junta um pouco desses dois perfis. Ele começou fazendo um curso de informática para montar um computador para ele, e no meio do caminho encontrou uma oportunidade de renda extra.
“Por mais que eu já tenha uma renda fixa, é sempre bom a gente ter um diferencial. Uma renda extra assim no final do mês ajuda bastante a alcançar os objetivos pessoais. Eu iniciei fazendo o curso de informática, no qual quis me aprofundar mais na área de tecnologia, e também busquei o conhecimento da manutenção de computadores para montar o meu próprio PC gamer. Agora eu estou me aprofundando na área de manutenção de celulares, que já está me dando um retorno financeiro”, disse Ális Emanuel Alves, estudante do curso de manutenção de celulares.
Número de matrículas cresce, mas nem tanto
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, mesmo com o número de matrículas na educação profissional e técnica em crescimento nos últimos anos no Brasil, apenas 8% dos estudantes estão nessa modalidade.
O avanço no número de matrículas para os cursos tem como base o período de 2013 a 2019, quando foi constatada uma ampliação de 17% no quantitativo de matrículas, a oferta pública cresceu 20,9% e a privada, 9,4%. Em 2019, 41% das matrículas estavam no setor privado, 19% nas instituições federais, 39% nas instituições estaduais e 1% nas municipais.
