Dono de abatedouro clandestino é preso por comercializar carne imprópria

FOTO: Reprodução/Comando Geral

Conforme laudo da Secretaria de Agricultura de Dom Cavati, carne do local é imprópria para consumo

DOM CAVATI – A Polícia Militar prendeu, em flagrante, nessa sexta-feira (1º), em Dom Cavati, o proprietário de um abatedouro clandestino. De acordo com o Boletim de Ocorrência, mesmo operando de forma ilegal, o estabelecimento comercializava linguiças e carne bovina para açougues da região. A prisão, segundo a polícia, ocorreu após denúncia feita por moradores, que promoveram um ‘abaixo-assinado’ relatando incômodo causado pelo mau-cheiro.

A PM foi até o local, também conhecido na região como “fábrica de linguiças”, um dia antes da prisão. Os militares, na ocasião, abordaram o proprietário, de 48 anos. Em conversa com a polícia, o homem afirmou que o estabelecimento produz cerca de 100 kg de linguiça de carne suína por semana. Diante disso, os militares solicitaram a apresentação de alvará. Mas a única declaração apresentada, segundo a PM, informa ser “não passível de licenciamento a nível estadual”. Na sequência, os militares pediram para verificar também o alvará sanitário. O homem apresentou, conforme o B.O., apenas um documento com validade até o ano de 2019.

Abatedouro

Ainda segundo a polícia, apesar de a maior referência do local ser a fabricação de linguiças, a equipe se deparou com quatro animais bovinos, vivendo em um mesmo espaço dentro do estabelecimento. O que levantou indícios de um abatedouro clandestino. Os militares também notaram que os animais apresentavam algumas lesões. Diante disso, a PM questionou ao proprietário do local sobre a presença dos bovinos. O homem, segundo o B.O., alegou que tratavam-se de animais para “descarte”. A explicação do proprietário, segundo a polícia, é que produtores rurais da região, ao identificar problemas nos bovinos, os direcionam para abate no estabelecimento. Após o abate, conforme relato do homem à polícia, a empresa encaminhava os animais para fábricas de rações.

Sendo assim, a PM pediu, então, para que o homem apresentasse uma documentação que comprove o encaminhamento dos bovinos abatidos para a fábrica de rações. Mas, de acordo com os militares, o homem não apresentou declaração.

Carne imprópria para consumo

Dando sequência às investigações no local, a PM informa que se deparou com duas caixas: uma contendo material para descarte e a outra vazia, que seria recipiente para armazenar alimentos. Os militares acionaram a Prefeitura de Dom Cavati, que enviou para o local o secretário da Agricultura, um médico veterinário e uma agente da Vigilância Sanitária. A operação também contou com a perícia da Polícia Civil. Após fiscalização no local, a equipe produziu e apresentou à polícia um laudo informando que a carne do estabelecimento é “imprópria para o consumo e proveniente de abate clandestino irregular”.

Então, nessa sexta-feira (1º), um dia após a operação, a polícia retornou ao estabelecimento para dar sequência às investigações e se deparou com os quatro bovinos do dia anterior já mortos por abate. Além disso, segundo a PM, os animais não estavam na caixa que armazena carnes para descarte, mas no recipiente reservado a alimentos. Ainda de acordo com a PM, havia no local, no momento da segunda abordagem, o proprietário de um açougue do município de Engenheiro Caldas, e um outro homem sem identificação. Esse último, segundo a polícia, confirmou que estava no local à procura de carnes para revenda.

As equipes de fiscalização também quebraram a caixa de esgoto que fica na calçada do estabelecimento. Por fim, a perícia também concluiu que, além dos transtornos à população e dos riscos de consumo de carne imprópria, o estabelecimento pratica atividade poluidora. Uma vez que, conforme o laudo, a empresa elimina os resíduos sólidos e líquidos do abatedouro diretamente para a encanação e, por consequência, para o rio Caratinga, sem as adequações exigidas por lei.

Diante dos indícios, o proprietário do local foi preso e encaminhado para a delegacia.

Comments 1

  1. Carolina Moreira says:

    Olá!

    Conforme o art. 5º da Constituição Federal, nenhuma pessoa é considerada culpada até que haja uma sentença penal condenatória. Então por razões de ética e compromisso com a Lei, o jornal não divulga os nomes dos envolvidos, uma vez que antes de qualquer sentença penal ainda são considerados suspeitos. Até mesmo em respeito às investigações, para que não comprometamos o trabalho da polícia e da Justiça.

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