Que a presença da mulher no empreendedorismo vem crescendo continuamente no Brasil, já não é mais uma novidade. De acordo com a analista técnica do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Fernanda Silva, atualmente, elas representam 34% das pequenas empresas no país.
Um número ainda inferior, mas que, ano a ano, passa por um aumento significativo. Enquanto o público masculino segue correspondendo a 66% dos empreendedores. “A pandemia trouxe um pouco de recesso nesse processo, mas, hoje, nós representamos 34% dos empreendimentos. Mas esses números vêm ampliando”, disse Fernanda Silva.
Empreendedorismo pós-pandemia
Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) aponta que, após um recuo durante a pandemia de covid-19, o número de mulheres à frente de negócios no Brasil voltou a crescer, fechando o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões – mesmo número registrado no último trimestre de 2019, que antecedeu à pandemia.
Entretanto é preciso refletir sobre o que é necessário para se manter e crescer dentro deste cenário tão competitivo e ainda dominado por homens. Afinal se começar já é um desafio, gerir o próprio negócio é tarefa para quem não desiste.
“Essas mulheres empreendedoras normalmente são donas de casa também, são líderes, elas têm filhos, família, elas tentam inovar dentro dos seus negócios, trabalham com oportunidades. Elas têm uma capacidade de liderança bem diferente do homem, porque elas se colocam no lugar das pessoas, têm empatia. Para essa mulher que está em casa e quer abrir um negócio: se capacite. Busque no mercado orientações de como fazer, como precificar meu produto e serviço. Se eu não entendo de mercado, vou buscar consultoria e capacitação. E depois busque orientações com entidades competentes para auxiliar ela na abertura deste negócio. Porque não é só abrir, a gente tem que gerir”, destaca a analista.
Mulheres de negócios
Adriane Lopes é professora e começou a vender roupas há pouco mais de um ano, quando ficou desempregada durante a pandemia. No impulso de pôr logo os planos em ação, ela não fez cursos, mas reconhece a importância e, inclusive, já tem em mente as capacitações que deseja fazer:
“Empreendedorismo e Marketing Digital. É corrido, mas pretendo fazer pelo menos no final de semana. Para mim, que estou começando, o conhecimento é sempre bem-vindo”.
Segundo Adriane Lopes, a fase mais complicada foi a do início, devido ao pouco conhecimento da área e necessidade de conquistar clientes. Hoje, a professora concilia a rotina de dar aulas com suas atividades como empreendedora. E sucesso é apenas uma das tantas definições que a valadarense dá ao resultado de seu esforço.
“Determinação. Desde o momento em que eu consegui minha primeira cliente, até hoje eu só venho conquistando cada dia mais. No início foi bem complicado, as pessoas até conhecerem meu trabalho, me conhecerem, apresentar para o público. Eu gosto dessa área. Veio a pandemia e falei: ‘O que eu posso fazer? Vou começar com pijamas’. Porque era o pessoal em casa, trabalhando home-office. Comecei, deu certo, agora estou nas roupas”, conta a empreendedora.
Rumo ao sucesso!
Sobretudo se o assunto é desvendar as características de uma empreendedora de sucesso, Kellen Cristina Xavier entende bem. Ela é manicure há 13 anos e, nos últimos seis, decidiu voltar seu trabalho para o segmento de design e alongamento de unhas. A longa jornada como dona do próprio negócio trouxe ao cotidiano da nail designer muitos obstáculos. Mas com empenho e constante busca por aprendizado, Kellen Cristina conquistou seu espaço e se tornou uma profissional de destaque no ramo da beleza em Valadares.
“Como manicure e pedicure, já atuo desde 2009. Como nail designer, desde 2016. É uma área em que caí de paraquedas e foi uma coisa extraordinária. E tenho superado todas as expectativas. Falo com minhas alunas que vêm fazer o curso, que é uma área que vem crescendo muito no mercado, que vale muito a pena estudar, de se profissionalizar. A área da beleza, seja ela cabeleireira, manicure, extensionista de cílios, vem crescendo, trazendo muitas experiências”, relatou.
Já sobre os passos que uma mulher sonhadora deve seguir, Kellen Cristina afirma: “Em primeiro lugar é a fé. Depois da fé, ter coragem de trabalhar, estudar, persistir e seguir em frente. A gente tem que ser trabalhadeira, correr atrás, se profissionalizar“, reforça a nail designer.
Por fim, ela deixa claro, com base em sua experiência, que o que abre portas para o sucesso é, de fato, a capacitação.
As mulheres que desejam começar uma pequena empresa ou fazer cursos relacionados ao empreendedorismo, podem buscar orientações presencialmente no Sebrae (Av. JK, 1.074 – Vila Bretas) ou entrar em contato pelo telefone 0800 570 0800.
