Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: psicóloga faz alerta sobre o tema 

Psicóloga valadarense fala sobre saúde mental e como identificar e ajudar uma pessoa com pensamento suicida 

Dez de setembro, hoje, é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a fim de chamar a atenção de governos e da sociedade civil para a importância do assunto. Além disso, o mês é dedicado à campanha de prevenção e conscientização do suicídio: Setembro Amarelo. 

Segundo dados da OMS, no Brasil, todos os dias, cerca de 32 pessoas dão fim à própria vida, número equivalente a uma morte a cada 45 minutos. Isso significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a Aids e o câncer. No entanto, apesar de ser frequente, a saúde mental e o suicídio são temas envoltos por diversos tabus, preconceitos e falta de informação. Por isso, a campanha é uma forma de esclarecer, entender e alertar as pessoas acerca desse assunto. 

Diante disso, o Diário do Rio Doce conversou com uma profissional de saúde mental, a fim de esclarecer o assunto, alertar sobre os principais sinais e apresentar informações que ajudem na identificação de pessoas em situação de risco, além de oferecer a ajuda necessária. 

Psicóloga Gabriela Vieira alerta sobre a prevenção do suicídio (foto: Arquivo Pessoal)

Como identificar alguém que corre risco de suicídio?

Segundo a psicóloga Gabriela Vieira, é possível identificar pessoas suicidas através de alguns comportamentos como:

  • Alteração de humor;
  • Sinalização de emoções suicidas; 
  • Frases frequentes como: “ninguém vai sentir minha falta”, “sou um fardo”, ” a vida não vale a pena”;
  • Excesso de raiva
  • Sentimentos de culpa, vergonha e/ou vingança; 
  • Comportamentos irresponsáveis e perigosos.

Outros sinais também são:

  • Repentina melhora, já que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a vida;
  • Desapego de objetos; 
  • Visita a entes queridos; 
  • Mudança de rotina (ex: deixar de ir a um local que sempre gostou);

Ainda segundo a psicóloga, esses são sinais que precisam de mais atenção e uma intervenção rápida. 

Fatores que podem aumentar o risco de ideias suicidas:

Gabriela Vieira também conta que ainda há fatores que podem aumentar o risco de ideias suicidas, como: 

  • Depressão;
  • Transtorno de personalidade;
  • Esquizofrenia; 
  • Uso abusivo de álcool e outras substâncias;
  • Perdas recentes; 
  • Histórico de abuso na infância e adolescência; 
  • Conflitos de identidade sexual; 
  • Baixa resiliência;
  • Aspectos sociais como desempregado, aposentadoria, morar na rua e/ou condições de saúde limitantes.

Como ajudar?

Segunda a profissional, nem sempre alguém com pensamentos suicida verbaliza sua dor ou pede ajuda de forma clara. “Devemos estar sempre atentos aos sinais, mesmo que sutis, ouvir com atenção, sem julgamentos e sem dar lição de moral”, explica. 

A psicóloga ainda conta o que não se deve fazer diante de pessoas com comportamentos e pensamentos suicidas. “Assim como outros assuntos ligados à saúde mental, falar sobre o suicídio é um tabu, cercado por preconceito e desinformações que atrapalham o cuidado adequado. É necessário que as pessoas parem de rotular doenças mentais como tristeza, frescura, ou preguiça.” 

Canais de ajuda

Gabriela diz que conversar francamente sobre, identificar os sinais de risco e oferecer ajuda são as melhores formas de enfrentar o problema e ajudar alguém nessa situação. 

Ainda segundo ela, a pessoa também pode procurar ajuda com: 

  • Profissionais da psicologia;
  • CAPS (Centro de Atenção Psicossocial); 
  • UBS (Unidade Básica de Saúde);
  • CVV (Centro de Valorização da Vida); serviço sigiloso e gratuito, que fornece apoio emocional 24 horas por dia. 

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