Cursos de idiomas online crescem durante a pandemia em Valadares

Escolas de idiomas em Valadares relatam crescimento do setor da educação online.

Com a pandemia provocada pelo coronavírus, diversos impactos foram gerados em inúmeras áreas da sociedade, especialmente no setor da educação. Estudantes de todo o mundo precisaram deixar as escolas e, consequentemente, as instituições de ensino foram bastante prejudicadas. Com isso, no intuito de amenizar os impactos, a tecnologia e o ensino a distância se tornaram aliados.

Desde o início da quarentena no Brasil, a procura por cursos online se intensificou. Dados do Google mostram que, entre março e abril de 2020, houve um crescimento de 130% nas buscas por cursos de especialização à distância no país. E o queridinhos do cursos é o de idiomas, principalmente o inglês. Por isso, além de se adaptarem à educação a distância, muitas escolas de idiomas começaram a criar plataformas a fim de oferecer cursos 100% online. 

Este é o caso da escola de idiomas, localizada na rua Israel Pinheiro, no centro de Valadares. Fabiany Macedo, supervisora comercial da escola, contou ao Diário do Rio Doce, que a aceleração digital trouxe novas oportunidades. “A pandemia mudou muito o cenário profissional, em que a aceleração digital trouxe outras possibilidades de trabalho. No início tivemos medo do que viria a seguir, mas a transformação nos proporcionou crescimento e flexibilidade”.

“A escola se adaptou rapidamente porque nosso trabalho é focado em comunicação, sem aulas tradicionais. Então, adotamos o formato online, com todas as aulas ao vivo, o que foi um sucesso. E hoje, temos alunos de todas as partes do Brasil e de países como Estados Unidos e Portugal. Essa expansão de território estava nos planos futuros e foi adiantada. Além disso, o número de valadarenses interessados em se mudar para os Estados Unidos aumentou muito a busca por cursos de inglês”, relatou.

A supervisora contou quais foram as estratégias adotadas por eles. “Fomos para o online oferecendo aulas gratuitas no YouTube e Instagram, abertas para quem quisesse participar. Para os nossos alunos, levamos oportunidades variadas, todas online e ao vivo, como monitorias de reforço, clube de leitura online de livros em inglês, aulas para praticar a conversação livre e campeonatos variados para manter os alunos aquecidos, em contato uns com os outros e com a escola”.

Mesmo com o retorno das aulas presenciais, a escola continuará com os cursos online. “Nosso público era 100% presencial, com pessoas de Valadares e região. Em maio de 2020, abrimos nossas primeiras turmas 100% online, com todas as aulas ao vivo, essa modalidade foi reforçada e estamos sempre abrindo novas turmas para iniciantes. Hoje temos turmas online também como opção para quem já tem experiência no Inglês. Apesar de termos voltado com o presencial, as aulas online ao vivo vieram para ficar”, esclareceu.

Segundo Fabiany, a tecnologia pode ser uma aliada no processo de ensino-aprendizagem. “Acreditamos que se as ferramentas tecnológicas forem inseridas de maneira correta, só temos a ganhar. Nossa escola faz uso das tecnologias com propósitos claros e estudo para saber como cada uma deve ser inserida no nosso cotidiano. Nosso ponto de vista é que elas simplificam muito as atividades cotidianas, trazem mais dinamismo e praticidade para a sala de aula porque, hoje, estudar não é mais sinônimo de silêncio, livros e concentração máxima. A escola não pode ignorar que os alunos estão imersos no mundo digital desde o nascimento e a tecnologia é aliada no processo de ensino-aprendizagem”.

Apesar de algumas escolas de idioma terem descoberto a educação a distância durante a pandemia, muitas outras já conheciam o método. Segundo Valéria Bonfim, diretora de uma escola de idiomas localizada na rua Afonso Pena, Centro, a empresa já planejava oferecer cursos 100% online há alguns anos, mas com a pandemia, o projeto foi antecipado. “Nossa escola sempre esteve à frente das tecnologias, com recursos de ensino e materiais voltados para o mundo digital. O planejamento dos cursos 100% online já havia sido iniciado há alguns anos. Portanto, o lançamento dessa modalidade foi antecipado para atender a esse novo mercado”.

A diretora contou que a escola criou uma plataforma online exclusiva para atender a demanda do mercado. “Com a pandemia, houve um grande declínio no setor da educação, principalmente dos cursos de idiomas, que passaram a ficar para o segundo plano. Então, com o intuito de minimizar os impactos e acompanhar a nova demanda, investimos na modalidade on-line com aulas 100% ao vivo. Uma plataforma exclusiva para o método também foi criada para melhoria das aulas”. 

De acordo com Valéria, a rede se preparou para oferecer simultaneamente, cursos online e presenciais. “No momento, nossa escola possui as duas opções, tanto a modalidade presencial quanto a online, utilizando os mesmos recursos com a mesma qualidade de ensino. Afinal, um novo público surgiu, optando apenas por aulas online. A presença do aluno na escola acontece somente no dia da avaliação, que por exigência do método deve ser presencial”, explicou.

Por fim, a empresa avalia a importância de ferramentas tecnológicas na educação neste momento. “Sem dúvidas, a tecnologia está presente para auxiliar e facilitar a comunicação entre as pessoas. Na área da educação não é diferente. A internet e todos os recursos modernos puderam ser inseridos nas salas de aula para atender a população de um modo mais prático e atrativo, ajudando as escolas a cumprirem seus objetivos como educadores”, finalizou.

Opinião dos alunos 

Victor Santana, de 21 anos, contou que fez aulas de inglês por EAD durante a pandemia. “Durante todo o ano de 2020, tive aulas de inglês pela EAD. A professora criava uma sala online e mandava convites através dos grupos de WhatsApp, então a turma entrava pelo link e a professora administrava a aula, onde tínhamos acesso aos conteúdos multimídia do livro, e interações como conversação, que é muito importante para o aprendizado de outro idioma”.

Segundo o estudante, há pontos positivos e negativos neste método de ensino. “Não foi o modelo que mais me agradou, gosto da aula presencial, gosto de ter contato com as pessoas, mas era a única maneira possível. Minha maior dificuldade foi a falta de contato visual e as falhas na conexão, e o que mais gostei foi a mobilidade, porque da minha casa até a escola há uma distância larga, porém com o EAD eu não precisei fazer esse tipo de locomoção”, pontuou.  

Segundo Vitor, há pontos positivos e negativos no método de educação online (foto: Arquivo Pessoal)

Já Bianca Sousa, de 19 anos, que também fez um curso de inglês online, contou que embora não tenha visto muita diferença entre os modelos de ensino, sentiu falta das interações das aulas presenciais. “Não acho que as aulas tenham mudado muito, porém, a interação que o presencial proporciona é maior e melhor. Mas senti falta das aulas “extras” que ocorriam no presencial, onde podíamos interagir com mais pessoas do curso, independente do estágio de inglês que estava”. 

De acordo com a aluna, manter a atenção nas aulas com um ambiente desapropriado é complicado, mas poder estudar em qualquer lugar é um ponto positivo. “As aulas aconteceram 100% online pela plataforma do Zoom, algumas atividades através de sites pela internet e, durante os testes, a professora e os alunos mantinham as câmeras abertas. Tive dificuldade em manter a atenção fixa, pois há muitas distrações no meu ambiente de estudo, mas gostei da praticidade em poder estudar independente do local que eu estava”, relatou.

Bianca contou que sente falta das interações das aulas presenciais (foto: Arquivo Pessoal)

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