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Católicos dão início à Quaresma

FOTO: Freepik

Segundo o bispo Dom Félix, o período é reservado para a reflexão e conversão espiritual

Começou na última quarta-feira (22) o tempo litúrgico de preparação para a Páscoa – a principal celebração cristã. Praticada desde o século IV, a Quaresma é um período de 40 dias, marcado por práticas de penitência, como jejuns e obras de caridade.

A Quaresma começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na quinta-feira Santa à tarde, neste ano, no dia 6 de abril. Esse período de aproximadamente 40 dias é o tempo propício para o cristão examinar a si mesmo, com sinceridade e verdade, para voltar a pôr em ordem, tanto a própria vida como as relações com Deus, com os outros e com o mundo.

Segundo o Bispo Dom Antônio Carlos Félix, o período quaresmal é reservado para a reflexão e conversão espiritual, no qual a Igreja convida seus fiéis a se envolverem mais com a necessidade de rezar, ou seja, o católico deve se aproximar mais de Deus visando ao crescimento espiritual.

“A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-Feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. O período quaresmal é um verdadeiro retiro espiritual voltado à reflexão, quando os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado, no Domingo de Páscoa”, afirmou o bispo.

Dom Félix ainda afirma que a ressurreição de Cristo é a razão da fé de todos os cristãos. “A espiritualidade quaresmal coloca todos diante da verdade do amor de Deus por nós, que entregou o próprio Filho para nos salvar. É uma espiritualidade do amor, que nos convoca para vivência concreta do amor. Logo, a Quaresma requer interioridade. E um dos pilares desse tempo é a oração, que consiste em cultivar a “vida interior”. Muitas vezes, procuramos Jesus fora de nós, nas ruas, no meio da multidão. Porém, Jesus nos convida a voltar à nossa “casa interior”, ao nosso coração, onde Ele nos espera para encontrar conosco”.

Ainda de acordo com o bispo, a espiritualidade quaresmal possui um tradicional tripé de santificação: jejum, oração e esmola – a concretização da caridade e da justiça. No Brasil, a Igreja intensifica este caminho penitencial propondo a cada ano um tema específico para a Campanha da Fraternidade, cujo principal objetivo é sensibilizar a sociedade sobre o assunto e iluminar o agir público da fé. Neste ano o tema é ‘Fraternidade e Fome’ e o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

Dom Félix ressalta que a Quaresma não é a observância formal das obrigações ascéticas e penitenciais, mas, sobretudo, “itinerário do coração”, tempo de vigiar e corrigir pensamentos, palavras e ações. “A Quaresma é um tempo de conversão: para Deus e para o próximo. É tempo de voltar para Deus, para escutar a Sua Palavra. É tempo de voltar para o próximo, sem preconceito e com generosidade, para ajudá-lo no que ele precisar”, frisou.

Durante a Quaresma os católicos ainda são exortados a jejuar: abster-se do alimento, a fazer a experiência da fome, e a encaminhar o resultado do jejum aos famintos. “Apesar do jejum alimentício, o período quaresmal também é tempo de realizarmos o jejum da língua, da gula, da maldade, do rancor, da vingança, da indiferença, da luxúria, da ganância, do individualismo, do autoritarismo, da egolatria… Da mesma forma são exortados a praticar a caridade, não apenas dando esmola a quem pede, mas sendo solidários a quem sofre na miséria, na doença, no abandono”, explica.

“A imposição das cinzas é próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica e tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. A imposição das cinzas, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “Deus formou o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “Tu és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19)”, finaliza.

Penitências na Quaresma

A Quaresma é o período de 40 dias de preparação para a Páscoa. Durante este tempo, os católicos refletem mais intensamente sobre seus hábitos e atitudes, a fim de serem pessoas melhores. Neste momento, é comum que os fiéis façam penitências para abdicar ou melhorar aspectos que não estejam bons em sua vida.
A Igreja Católica ensina três modelos distintos de penitência: o jejum, a caridade e a oração. Em Valadares há muitas pessoas que dedicam este tempo para o sacrifício, como a estudante, de 16 anos, Amanda Reis, que decidiu não tomar refrigerante. E a jovem Isabelle Ramos, 19, que abriu mão da bebida alcoólica.

Já a empresária Dulcinea Ferreira Mattos, 46, está rezando o terço de joelhos todos os dias nesta Quaresma. Além disso, ela que é catequista de crianças da 1ª Eucaristia, na Igreja Catedral de Santo Antônio, utiliza o período para incentivar todos ao seu redor a reconhecer seus pecados, pedir perdão e buscar a conversão. “Essa caminhada é pessoal e vale muito a pena porque vamos reconhecer que somos pecadores e que devemos viver não só em busca da satisfação própria, afinal, a penitência nos leva ao sacrifício da carne e o caminho de reconciliar com Deus”, afirmou.

Dulcinea acredita que não adianta só fazer penitência durante o período quaresmal. “Pratico o jejum, a penitência e a esmola desde os 18 anos. Fui criada pela minha avó paterna que era muito católica, e sei a importância destes sacrifícios. Hoje contribuo regularmente com o dízimo, ofertas nas missas e com a Catequese”, pontuou.

A estudante Júlia Batista, 17, moradora do bairro Grã-Duquesa, está jejuando de comportamentos e atitudes prejudiciais que pratica há muito tempo. É a primeira vez que ela faz a penitência e acredita ser um desafio que vale a pena. “Realizar a penitência é desafiador, desde o momento onde é decidido renunciar a algum costume. Mas vale a pena, pois reconhecemos nossas dificuldades, abrimos nossos corações, confessamos com verdade e nos tornamos mais humildes”, explica a jovem, que pretende continuar a penitência nos outros anos.

A vestibulanda Ingrid Aiala, 20, é adepta de uma penitência mais tradicional. Ela faz jejum de carne vermelha na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa, participa de adorações ao Santíssimo e busca ir à missa da paróquia Nossa Senhora das Graças todos os domingos. “São apenas 40 dias de 365 do ano. É um momento de mais silêncio, de agradecimento e remissão dos pecados, aliás, nada do que fizermos se compara a tudo que Jesus fez e continua fazendo por nós”.

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