O reajuste nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras nessa quinta-feira (10) já causou alteração nas bombas dos postos em Governador Valadares. Segundo levamento feito pelo DRD nesta sexta-feira (11), o preço da gasolina comum na cidade pode variar de R$ 7,47 a R$ 7,95.
Após quase dois meses de valores congelados nas refinarias, a disparada dos preços do petróleo chegou aos bolsos dos valadarenses. “É um custo a mais que a gente não estava esperando. Antes eu abastecia duas ou três vezes na semana; agora, vai ter que ser mais, porque vai ter que colocar menos gasolina, né?! Em média [pagava] em torno de 40 a 50 reais para encher o tanque da moto, e hoje vai ter que ser uns 60 ou 70 reais. Aumentaram os custos”, explicou Victor Matheus.
Motorista de aplicativo há cinco anos, Bruno de Castro sabe muito bem como o preço do combustível afeta na prestação do serviço. “Cada dia que passa tem sido complicado. Cada dia o nosso lucro, a nossa margem, tá baixando mais ainda. A gente que é motorista e depende do nosso trabalho para rodar não tem muito o que fazer. A gente fica refém mesmo. Porque, se ficar em casa sem trabalhar, a gente não vai ter uma renda. Então, a gente precisa, infelizmente, aceitar esse valor e trabalhar”, reclama o motorista.
O aumento é reflexo do reajuste do preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras, o qual passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,8%. O diesel também sofreu alteração no preço médio de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, alta de 24,9%.
Em Governador Valadares, segundo a Agência Nacional de Petróleo, o preço médio da gasolina comum, no início do mês de março , estava em média R$ 6,90, e a gasolina mais cara custando R$ 7,05 o litro.
Gás de cozinha também subiu
O preço do gás de cozinha também acompanhou o aumento dos combustíveis. Segundo o Yuri Dutra, a notícia de que o preço do gás iria subir causou um aumento na procura do produto na manhã desta sexta-feira (11) na distribuidora que ele administra. “Hoje pela manhã tivemos clientes comprando [o gás de cozinha] em uma quantidade muito elevada, para preservar um pouco do preço antigo, chegando a levar três botijões em uma compra só”, contou o auxiliar administrativo.
De acordo com o Yuri, a empresa, a partir deste sábado (12), já deve repassar o aumento dos preços do gás de cozinha aos clientes. “O preço médio praticado atualmente é 120 reais, e tem a estimativa de chegar até 140 reais, devido a toda a operação, que está defasada, e com as atualizações que estão pendentes e serão feitas agora. Toda a operação vai ser drasticamente afetada devido ao diesel que é buscado nas refinarias e também ao transporte à casa do cliente, que também, querendo ou não, influencia na gasolina”, explicou Yuri.
A empresária e dona de restaurante no Mercado Municipal Patrícia Lanes conta que, em média, gasta 30 botijões de gás por mês, o que custa em torno de quatro mil reais. Com o aumento no preço do gás, o almoço terá que ficar um pouco mais caro para os clientes. “Olha, a gente vai tentar manter, mas vai ser muito difícil agora com esse novo aumento. Muito provavelmente vamos ter que repassar para o cliente. Antigamente as coisas estavam mais fáceis, porque estava com um preço melhor, agora subiu tudo de uma vez e tá meio complicado de continuar assim”, explica Patrícia.
O GLP, que faz parte da composição do gás de cozinha, sofreu reajuste, com o preço médio para as distribuidoras subindo 16,1%, passando de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg. O produto não era reajustado há 152 dias e custava atualmente no país R$ 102,64 o botijão de 13 kg, em média, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
